A Polícia Civil deflagrou uma megaoperação, nesta quarta-feira (20), para desarticular um grupo criminoso ligado ao jogo do bicho e acusado de crime de lavagem de dinheiro. Mandados de prisão foram cumpridos no Recife, em Olinda e em Igarassu.
As investigações que resultaram na Operação Replacement começaram em abril deste ano. Por meio de nota, a Polícia Civil declarou que o líder da associação criminosa "utilizava-se dos familiares e laranjas usando várias empresas, tais como casas lotéricas, imobiliária, academia e concessionárias de veículo para a lavagem de dinheiro".
Ao todo foram cumpridos, 12 mandados de prisão preventiva, três mandados de prisão de domiciliar, 31 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens e valores e bloqueio de ativos financeiros, além de restrição de veículos e embarcações.
Três homens e duas mulheres que moram no edifícios Píer Maurício de Nassau e Píer Duarte Coelho, condomínio de luxo conhecido como Torres Gêmeas, na área central do Recife, estão entre os presos. Os nomes deles não foram divulgados.
Um drone foi utilizado para identificar o possível arremesso de provas e fuga de suspeitos.
Vale lembrar que, em dezembro de 2015, dinheiro foi jogado pelas janelas durante uma operação da Polícia Federal no mesmo condomínio. Na ocasião, a investigação era voltada para possível desvio de dinheiro público da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás).
LOTÉRICAS E CONCESSIONÁRIAS
Uma lotérica localizada no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, também foi alvo da operação nesta quarta-feira. Com o líder do grupo, a polícia apreendeu mais de R$ 1 milhão em dinheiro.
Também houve apreensões em lotéricas localizadas nos bairros de São José e Iputinga, ambos na capital, e em Olinda.
Policiais estiveram ainda em concessionárias de carros de luxo no bairro do Pina, Zona Sul do Recife. Catorze veículos foram apreendidos, além de celulares, relógios de luxo, documentos e dinheiro de cofres.
BLOQUEIOS FINANCEIROS
A Polícia Civil também solicitou o bloqueio de R$ 608 milhões em contas e aplicações financeiras de empresários e empresas investigados.
No total, 210 policiais civis, entre delegados agentes e escrivães foram empregados na operação.
Todos os mandados foram expedidos pela 12ª Vara Criminal da Capital.
Presos e materiais apreendidos foram encaminhados para as sedes do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no bairro de Afogados, e para o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), no Barro.
O QUE DIZ A JBS MOTORS?
A JBS Motors, alvo de operação, se pronunciou por meio de nota oficial. No texto, a empresa afirmou que "está à inteira disposição das autoridades competentes para o que se afigurar necessário, inclusive com o fornecimento de todas as informações necessárias à preservação da verdade e os devidos esclarecimentos".
A empresa pontuou ainda que "reafirma seu compromisso com a transparência e boas práticas empresárias, registrando o empenho em cooperar plenamente durante as pesquisas policiais em andamento, embora não figure no rol dos investigados, por si ou seus legais representantes";
Está dedicada "a solucionar este assunto de maneira responsável, mantendo uma comunicação aberta e fornecendo atualizações conforme necessário".