CRIME NA SAÚDE

Técnico em enfermagem é preso por venda de atestados médicos falsos em Ipojuca

Investigação apontou que suspeito emitia os documentos usando as identificações de dois médicos. Mensagens mostram que havia tabela de preços no esquema

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Raphael Guerra

Publicado em 02/05/2024 às 16:00 | Atualizado em 03/05/2024 às 9:23
Notícia

Um técnico em enfermagem de 23 anos foi preso após ser flagrado com atestados médicos falsos em frente à Unidade de Pronto Atendimento de Ipojuca, no Grande Recife. As investigações apontam que ele vendia os documentos por até R$ 70, a depender da quantidade de dias de afastamento solicitada pelos clientes.

A prisão aconteceu na manhã desta quinta-feira (2), após policiais da Delegacia de Porto de Galinhas receberem a informação de que uma mulher iria receber atestados médicos na UPA. Ao chegarem ao local, no Centro de Ipojuca, o suspeito foi visto com vários papéis em mãos. Na abordagem, ele confessou o crime.

No boletim de ocorrência, consta que o suspeito se chama Guilherme Luiz Lima. Segundo apuração da polícia, ele não era funcionário efetivo da Secretaria Municipal de Saúde, mas exercia a função na UPA em substituição a funcionários efetivos. Vários atestados em branco foram apreendidos com ele, além de dois carimbos com nomes de médicos. 

A investigação teve início após um empresário procurar a Delegacia de Porto de Galinhas desconfiado pela alta quantidade de atestados entregues por funcionários. Chamou a atenção dele o fato de os documentos estarem sendo emitidos numa unidade de saúde do Centro de Ipojuca, e não em Porto de Galinhas.

TABELA DE PREÇOS

Reprodução
Conversas de WhatsApp mostram negociação de suspeito - Reprodução

No celular do suspeito, a polícia encontrou mensagens de WhatsApp com negociações de venda dos atestados médicos falsos. Em uma das conversas, ele diz que cobra R$ 35 por um dia de afastamento. Se o cliente solicitar dois dias, o valor aumenta para R$ 50. Se for três, sobe para R$ 70. 

O suspeito foi autuado em flagrante por falsidade ideológica e foi encaminhado para audiência de custódia. 

O QUE DIZ A PREFEITURA DE IPOJUCA?

Questionada, a Prefeitura do Ipojuca informou, em nota, que acompanha o caso junto às autoridades policiais. Disse ainda "ser contra qualquer tipo de delito ou situação que possa refletir na má utilização de recursos públicos".

Por fim, a gestão afirmou que "dará total apoio às investigações realizadas pela Polícia Civil, além de, internamente, abrirá processo administrativo para apurar as denúncias e aplicar as medidas necessárias".

COREN-PE SE PRONUNCIA

O Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) informou que o Núcleo de Ética e Disciplina Profissional e a Procuradoria Jurídica da autarquia já estão apurando as circunstâncias que resultaram na prisão. 

"O Coren-PE ressalta ainda que após a análise das informações não descarta tomar as medidas cabíveis de acordo com a Resolução Cofen 706/2022. O Coren-PE aproveita para reiterar o compromisso com a garantia de uma prática profissional de enfermagem ética, ratificando uma assistência de saúde segura à toda a sociedade pernambucana", disse o texto. 

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