INVESTIGAÇÃO

Justiça decreta prisão de mãe suspeita de matar bebê e esconder no freezer, em Jaboatão

Frentista Simary Rayane da Silva, de 27 anos, passou por audiência de custódia na manhã desta quinta-feira (23). Ela seguiu para a Colônia Penal Feminina do Bom Pastor

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Raphael Guerra

Publicado em 23/05/2024 às 13:24 | Atualizado em 23/05/2024 às 13:47

A Justiça decretou a prisão preventiva da frentista Simary Rayane da Silva, de 27 anos, suspeita de matar a filha, uma bebê de 10 meses, com uso de chumbinho, e esconder o corpo em um freezer, no bairro de Candeias, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. 

A mulher, autuada em flagrante por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, passou por audiência de custódia na manhã desta quinta-feira (23), no fórum do município. Ela foi encaminhada para a Colônia Penal Feminina do Bom Pastor, no Recife, onde aguardará julgamento. 

As investigações continuam em andamento na Polícia Civil, que vai ouvir testemunhas e receber laudos periciais para concluir o inquérito. 

O caso começou a ser descoberto na noite da terça-feira, quando a Polícia Militar foi acionada para a ocorrência em que uma mulher ameaçava suicídio. Ao chegar no local, a mãe da frentista disse que ela se recusava a dizer onde estava a neta. Os policiais militares recomendaram que Conselho Tutelar foi acionado para dar orientações à família. 

Na manhã da quarta-feira, a avó procurou novamente o batalhão da PM e revelou que a filha confessou ter matado a bebê, cerca de 30 dias atrás, e escondido o corpo no freezer de casa.

A frentista disse que usou chumbinho para matar a filha, mas a perícia do Instituto de Medicina Legal (IML) para vai confirmar se o envenenamento foi a causa da morte. 

Em entrevista à imprensa, o perito criminal Diego Mendonça contou detalhes de como encontrou o corpo. 

"A bebê se encontrava congelada, com marcas de queimaduras por congelamento. A mãe informa que deu veneno chamado de chumbinho, mas a toxicologia vai confirmar a versão dela. Como o bebê estava no freezer, estava muito conservado, não há como confirmar a causa da morte", afirmou.

O JC não conseguiu contato com a defesa da suspeita.

PARENTES ESTRANHAVAM FALTA DE NOTÍCIAS DA BEBÊ

Também em entrevista à TV Jornal, uma parente da suspeita disse que ela estaria em depressão pós-parto e que a família estranhava a falta de notícias da bebê.

A parente, que prefere não se identificar, decidiu procurar a frentista para esclarecer a situação. Foi quando descobriu o crime. 

"Comecei a falar pelo WhatsApp, dizendo que poderia ajudar ela e que não iria julgar. Com isso, a convenci dela ir na minha residência. Quando chegou, ela começou um choro muito grande, entregou um vidro de chumbinho e pediu ajuda. Eu disse que o que poderia fazer era levar ela na delegacia", disse. 

CHUMBINHO TEM VENDA PROIBIDA

É importante reforçar que o chumbinho é um produto considerado altamente tóxico e cuja venda está proibida no Brasil desde 2012, por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do antigo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A Anvisa, inclusive, nega que esse agrotóxico seja eficiente para matar ratos.

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