'Rei da Cebola' é preso suspeito de liderar grupo de agiotagem e lavagem de dinheiro

Polícia Federal cumpriu mandados em cidades de Pernambuco e Fortaleza, no Ceará, nesta quarta-feira (31). Grupo movimentou R$ 70 milhões em cinco anos

Publicado em 31/07/2024 às 13:47

Uma operação da Polícia Federal, nesta quarta-feira (31), prendeu um empresário do ramo alimentício em um prédio de luxo no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Xinxa Goes de Siqueira, de 45 anos, também conhecido como "Rei da Cebola", é suspeito de comandar um grupo especializado em crimes como lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e agiotagem. Em cinco anos, os integrantes teriam movimentado R$ 70 milhões. 

"O empresário, dono de empresa de hortifruti, tem fornecedores de cebola no Estado inteiro e traz tudo para o Ceasa. Dizem que é o maior comercializador de cebola do Norte e Nordeste. Só que, paralelamente a essa atividade, existiam muitas outras de cunho criminoso, como a agiotagem, que está bastante comprovado, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e, muito provavelmente, outros crimes mais graves que ainda estão sendo investigados", afirmou o delegado federal Márcio Tenório, em coletiva de imprensa. 

Segundo o delegado, a prisão preventiva do Rei de Cebola foi solicitada após mensagens indicarem que ele emprestava armas de fogo para criminosos. 

"Ele é CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador). Ele empresta as armas para conhecidos. Provavelmente ele aluga essas armas, pelo que ficou evidente nas conversas que ele tem com os interlocutores", pontuou Tenório. 

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Xinxa da Cebola foi encaminhado para o Cotel, onde aguardará decisão judicial - REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS

Além da prisão dele, a operação Duplo X cumpriu oito mandados de busca e apreensão em endereços comerciais e residenciais de pessoas físicas e de empresários no Recife, Jaboatão dos Guararapes, Paudalho, Cabrobó e Fortaleza. O grupo também tinha atuação em São Paulo, mas mandados não foram cumpridos no Estado. 

Carros de luxo, incluindo uma ferrari, foram apreendidos. Eles são avaliados em cerca de R$ 30 milhões. Alguns dos veículos foram recolhidos em uma loja em Fortaleza, que seria de fachada. "A loja está no nome de uma pessoa ligada a ele (Xinxa), provavelmente um laranja", disse o delegado.

"O empresário é pessoa que, inclusive, já foi vítima de atentado, se envolveu em brigas em bares da zona sul da capital. Há forte indício de lavagem de dinheiro, por meio da comercialização de carros de luxo e cavalos de raça", completou Tenório. 

CRIMES ATRIBUÍDOS AO GRUPO

A Polícia Federal informou que o grupo deve ser indiciado pelos crimes de lavagem de capitais, organização criminosa, sonegação fiscal, porte ilegal de arma de fogo e usura/agiotagem.

As penas ultrapassam os 30 anos de reclusão.

Xinxa da Cebola foi encaminhado para o Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima. O JC não conseguiu contato com a defesa do empresário. 

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