Polícia deflagra operação contra peculato e lavagem de dinheiro; Presidente da Câmara de Ipojuca é afastado

Estão sendo cumpridos 23 mandados da operação em cidades de Pernambuco e da Bahia; entenda todos os detalhes da investigação policial

Publicado em 05/11/2024 às 8:04 | Atualizado em 06/11/2024 às 11:49

A Polícia Civil de Pernambuco desencadeou, na manhã desta terça-feira (5), uma operação contra uma organização criminosa envolta nos crimes de peculato e lavagem de dinheiro, nos estados de Pernambuco e Bahia.

Um dos investigados é Deoclécio Lira, o presidente da Câmara de Ipojuca, por um suposto esquema de "rachadinha" em seu gabinete. Veja todos os detalhes, abaixo.

Presidente da Câmara de Ipojuca é afastado do cargo

Divulgação
Imagem de Deoclécio Lira, presidente afastado da Câmara dos Vereadores de Ipojuca - Divulgação

O presidente da Câmara de Ipojuca, vereador Deoclécio Lira (Republicanos), foi afastado do cargo após a operação Fetta investigar um suposto esquema de "rachadinha" em seu gabinete, que envolveria outros 13 funcionários comissionados, que também foram afastados.

Deoclécio Lira, reeleito nas Eleições Municipais de 2024 com o apoio do prefeito eleito Carlos Santana, também do Republicanos, estava à frente da transição de governo em Ipojuca até o afastamento.

Em coletiva de imprensa, o delegado Paulo Furtado, gestor do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), detalhou como o esquema operava:

"Iniciou-se a investigação do fato, que chegou à autoria, e restou comprovado, devidamente demonstrado, que ele contratava assessores e solicitava que esses referidos assessores passassem parte dos valores percebidos", declarou Furtado.

Parte dos montantes, segundo o delegado, era transferida para pessoas jurídicas a fim de ocultar a origem do dinheiro, caracterizando a lavagem de dinheiro.

Rachadinha

O esquema de "rachadinha" é uma prática ilegal em que um político ou servidor público, geralmente em cargos de confiança, exige que seus assessores ou funcionários devolvam uma parte de seus salários para ele.

A prática é ilegal porque envolve desvio de recursos públicos, fraude, corrupção e abuso de poder. Além de prejudicar o erário (dinheiro público), ela contribui para a manutenção de uma cultura de corrupção dentro de instituições públicas.

Operação Fetta

A investigação foi iniciada em janeiro de 2023, com o objetivo de identificar a quadrilha voltada à prática dos crimes de peculato, que quando um funcionário público que, em razão do cargo, tem a posse de bem público, e se apropria ou desvia o bem, em benefício próprio ou de terceiro, e também de lavagem de dinheiro.

Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão domiciliar, sendo cumpridos nas cidades de Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho, Recife, Jaboatão dos Guararapes e Juazeiro (na Bahia).

Durante a operação, a polícia apreendeu munições, uma arma, documentos, celulares e outros dispositivos. Os materiais foram conduzidos para o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco).

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