Médico é morto após tentar invadir apartamento na Zona Norte do Recife
Policial militar, irmão da dona do imóvel, entrou em confronto e atirou no médico, na manhã deste domingo (1º), no bairro da Encruzilhada
Um médico de 51 anos foi morto a tiros após tentar invadir um apartamento no condomínio Itaparica, no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife, por volta das 5h30 deste domingo (1º). O autor foi um soldado da Polícia Militar, irmão da dona do imóvel.
De acordo com as informações iniciais colhidas pela polícia no local, Flávio Augusto de Oliveira Santiago saiu no bloco A até o bloco C, onde arrombou o portão, subiu pelas escadas e tentou arrombar o apartamento onde vive um casal de mulheres.
"Ele tentou arrombar o apartamento utilizando um extintor de incêndio do prédio. Uma das moradoras do apartamento, assustada, ligou para um parente, que é policial militar. Ele se deslocou até o local para socorrer a irmã. A polícia está tentando esclarecer a dinâmica dos fatos, mas houve disparo de arma de fogo e aquele que estava tentando entrar no apartamento veio a óbito", relatou o perito criminal Daniel Pires, em entrevista à TV Jornal.
Segundo o perito, vários tiros foram disparados, mas a dinâmica dos fatos ainda está sendo analisada.
"O que a gente sabe até o momento é que, quando o policial chega, ele (médico) está com o extintor de incêndio em mãos tentando arrombar o apartamento. É possível que ele tenha reagido usando o extintor de incêndio como uma arma. (...) A gente está estudando se houve luta corporal ou não", afirmou.
Marcas de tiros foram encontradas na região do tronco e pernas do médico. No bolso dele também havia duas cartelas de medicamentos. O Samu chegou a ser acionado, mas quando a equipe chegou, ele já estava morto.
Por falta de efetivo suficiente no carro do Instituto de Medicina Legal (IML), o corpo do médico teve que ser carregado também por policiais militares, que faziam o isolamento da área.
MÉDICO PASSAVA POR TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO
Durante as diligências no condomínio, nesta manhã, policiais civis e peritos foram até o apartamento do médico, no térreo do bloco A. A porta estava aberta.
"Foi possível identificar a identidade dele, alguns celulares, computador foi coletado. Tudo vai passar por perícias complementares para identificar se havia algum tipo de vínculo entre ele e as moradoras do imóvel", disse o perito criminal.
"Foi identificado também um atestado psiquiátrico. Ele estava passando por tratamento psiquiátrico, estava afastado do trabalho. Todos esses elementos estão sendo levantados", completou.
INVESTIGAÇÃO
O policial militar se apresentou espontaneamente na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, onde prestou depoimento.
Em nota, a Polícia Militar de Pernambuco declarou que a ação do soldado que resultou na morte do médico foi em "legítima defesa".
Imagens de câmeras de segurança do condomínio já estão sendo analisadas pela Polícia Civil para tentar esclarecer o caso.
Moradores do condomínio, que fica na Rua Larga do Feitosa, foram convocados para prestar depoimento.
Em nota, a assessoria da Polícia Civil declarou que registrou, por meio da Equipe de Força Tarefa de Homicídios na Capital, uma ocorrência de tentativa de violação de domicílio e um homicídio consumado.
"As investigações foram iniciadas de pronto e seguem até elucidação do crime", disse o texto.
Questionada se o policial militar foi autuado em flagrante ou liberado após prestar depoimento, a assessoria informou que ainda não tinha essa informação.
(Com informações da repórter Cinthia Ferreira, da TV Jornal)