'Fatos fugiram do padrão esperado', diz SDS sobre selvageria antes do Clássico Santa Cruz e Sport

Comunicado foi enviado à imprensa após críticas sobre o planejamento antecipado para evitar os confrontos registrados no sábado (1º)

Publicado em 02/02/2025 às 21:16
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Diante das fortes críticas de que faltou planejamento para evitar os confrontos e cenas de selvageria no dia do Clássico entre Santa Cruz e Sport, a Secretaria de Defesa Social (SDS) reconheceu, na noite deste domingo (2), que "os fatos fugiram do padrão esperado".

A declaração foi enviada pela assessoria de comunicação por meio de nota oficial. Como mostrou a coluna Segurança, um relatório da Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva alertou a SDS, um dia antes, sobre confrontos combinados pelas redes sociais pelas duas torcidas organizadas. E indicou até os pontos mais críticos. 

No texto, a SDS afirmou que "o planejamento de segurança desses eventos ocorre com antecedência" e que "são considerados um conjunto de variáveis além das informações e documentações fornecidas pelas organizadas".

"Dentro do planejamento padrão são considerados fatores como trânsito, vias de acesso ao estádio, horários e rotas das torcidas, além da identificação de pontos estratégicos com risco de emboscadas ou confrontos. O planejamento conta com o suporte da Inteligência, monitoramento aéreo e atuação integrada das forças de segurança, para garantir a proteção dos torcedores, da população e do patrimônio público e privado", disse a pasta.

"Apesar de todo o planejamento e da tentativa de antecipar possíveis crises, os fatos que ocorreram no último sábado (1º) fugiram do padrão esperado, exigindo uma resposta rápida e firme das forças de segurança. O efetivo atuou para evitar mortes e minimizar danos às pessoas e ao patrimônio, dispersando os grupos envolvidos e controlando os confrontos da maneira mais ágil possível", pontuou a SDS.

A nota da SDS foi enviada à imprensa um dia após o secretário Alessandro Carvalho não admitir falhas no esquema de segurança. Em coletiva de imprensa, no sábado, ele declarou que "não houve nenhuma falha no policiamento".

ALERTA FOI DADO PELA INTELIGÊNCIA DA PM E PELA POLÍCIA CIVIL

Na sexta-feira, o relatório da delegacia detalhou que as torcidas Explosão Coral (antiga Inferno Coral) e Jovem do Leão (antiga Jovem do Sport) estavam usando as redes para "disseminar o ódio e a rivalidade entre os envolvidos". E que o monitoramento, também com ajuda de informantes, apontou que as organizadas estavam marcando "pistas", ou seja, brigas de rua entre os integrantes das torcidas rivais.

A polícia, em relatório, indicou os seguintes pontos críticos de possíveis confrontos entre as organizadas:

Município de Camaragibe e as seguintes localidades no Recife: Caxangá, Dois Irmãos, Cordeiro, Detran, Afogados e adjacências e Avenida Norte;

Olinda e Paulista (PE-15 e PE-22);

Jaboatão dos Guararapes: Prazeres e Jaboatão Velho, na saída da BR-232.

Terminais integrados também foram mapeados:

TI Abreu e Lima;

TI PE-15;

TI Pelópidas Silveira;

TI Camaragibe;

TI Macaxeira;

TI Prazeres.

Dois dias antes do Clássico, uma reunião foi realizada na sede da Diretoria de Planejamento Operacional da Polícia Militar de Pernambuco. 

Na mesa estavam presentes diretores e representantes de vários batalhões da Polícia Militar, além do delegado Paulo Moraes (da Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva) e membros da Federação Pernambucana de Futebol, Santa Cruz, CTTU, Emlurb, entre outros.

Durante as discussões, um representante da inteligência da Polícia Militar pontuou que a torcida do Santa Cruz estava divulgando um open bar e um paredão a partir do meio-dia, no dia do Clássico, perto do Arruda.

Destacou ainda que efetivo policial precisava ter cautela na escolta do Sport ao Arruda. Na fala dele, disse que havia um "clima de guerra" e que alguns pontos precisam de atenção: "TI do Centro do Recife, Cajueiro Seco, Terminal Pelópidas Silveira, Estação Jaboatão e Velho e Avenida Norte".

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