Prazo encerrado para Sport, Santa Cruz e Náutico cortarem relações com principais torcidas organizadas

Decisão foi determinada na segunda-feira pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que agora decidir silenciar sobre o assunto

Publicado em 06/02/2025 às 15:49 | Atualizado em 06/02/2025 às 15:57
Google News

Chegou ao fim o prazo dado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) aos dirigentes do Sport, Santa Cruz e Náutico para que cortassem oficialmente as relações com as três principais torcidas organizadas dos times - e consideradas violentas pela polícia.

O espaço de 48 horas foi determinado na última segunda-feira (3), em reunião com dirigentes dos clubes e representantes da Federação Pernambucana de Futebol, Secretaria de Defesa Social e polícias, após os atos de violência entre membros de organizadas antes do Clássico entre Santa Cruz e Sport, no sábado (1º).

O MPPE, no entanto, não quis informar se, oficialmente, o Sport, Náutico e Santa Cruz cumpriram com a determinação. Em nota à coluna Segurança, nesta quinta-feira (6), a assessoria do MPPE disse apenas que "não será possível a realização de entrevistas nem declarações sobre a temática". E que "Informaremos em caso de novos desdobramentos". 

Nas redes sociais dos três times não há nenhuma menção, nos últimos dias, a qualquer afastamento/dissociação das torcidas organizadas - Jovem do Leão (antiga Jovem do Sport), Explosão Coral (antiga Inferno Coral) e Fanáutico. 

CRÍTICAS À RELAÇÃO ENTRE CLUBES E ORGANIZADAS

Na segunda-feira, o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, foi enfático nas críticas à relação entre dirigentes dos clubes com lideranças das torcidas organizadas

"Tem diretor de clube que financia, dá passagem de ônibus, ingresso cortesia, que janta e confraterniza com pessoas que já foram presas", afirmou em coletiva de imprensa. 

O subprocurador-geral de Justiça em Assuntos Institucionais do MPPE, Renato da Silva Filho, também teceu críticas em entrevista após a reunião com os dirigentes dos clubes.

"Não tem nenhum cabimento você ter uma torcida organizada que tem CEP, CNPJ e sede. Isso é a falência do Estado. E o Estado não ficará nas mãos desses vândalos, que na verdade são bandidos. Os clubes se comprometeram a fazer isso [se dissociarem das organizadas], dentro das limitações deles."

O coordenador do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor do MPPE, Antônio Aroxelas, alertou que as torcidas organizadas dos três grandes clubes foram extintas por decisão judicial desde 2020, mas mudaram apenas o nome e o CNPJ.

"São as mesmas pessoas, os mesmos cânticos de guerra, mesmos modos de agir, mesmas revanches. Os clubes não podem aceitar essas pessoas em suas casas, suas festas, comemorações", declarou na segunda-feira. 

PRESIDENTE DA JOVEM ESTAVA EM CONFRONTO

A Jovem do Leão atualmente tem como presidente João Victor Soares da Silva. Segundo a polícia, ele participou ativamente das confusões registradas na Rua Real da Torre, no bairro da Torre, no sábado, e acabou brutalmente agredido sem roupas. Ele já respondia por associação criminosa.

Desta vez, ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. 

No mês passado, João Victor também foi flagrado liderando a confusão da organizada contra policiais militares em Caruaru, no Agreste de Pernambuco.

Tags

Autor