Testemunha conta detalhes de chacina em Abreu e Lima: 'Muitos tiros. Só esperei me matarem'
Parente de vítimas conta que foi acordada com as batidas na porta, na noite dessa segunda-feira (17). Criminosos se passaram por policiais

Uma parente das vítimas da chacina ocorrida em Abreu e Lima, no Grande Recife, na noite da segunda-feira (17), contou detalhes da dinâmica do crime. Segundo ela, os criminosos chegaram à casa, em Chã de Cruz, afirmando que seriam policiais. Ao todo, cinco adultos e um adolescente foram mortos.
"Estavam todos dormindo. Eles chegaram batendo na porta e falando que eram policiais. Me levantei rápido e acendi a lâmpada. Mas vi que não era polícia porque estavam de sandália, calça comprida, jaqueta e todos encapuzados. Pedi calma e disse que ia abrir. Um disse: 'bora, bora, se não vou arrombar'. Quando eu abri a porta, mandaram eu ir pro canto", contou a mulher, que é mãe de duas vítimas, em entrevista à TV Jornal.
Cerca de dez criminosos, ainda não identificados, participaram da ação.
"Quando um entrou no quarto, falou: 'perdeu'. Um dos meus primos disse: 'Eu te conheço'. Ele disse o vulgo, mas não lembro, porque foi muito tiro. Só esperei me matarem. Eles não falaram em drogas, não falaram em armas, não reviraram nada. Só disseram: 'Perdeu'", completou a testemunha.
Depois os criminosos foram embora, sem ferir a mulher.
As vítimas foram identificadas como:
Lucas José de Oliveira da Silva, 27 anos;
Mikael Manekison Bernardo da Silva, 18 anos;
João Victor José de Oliveira Silva, 20 anos;
Cauã Bernardo da Silva, 16 anos;
Felipe José de Oliveira da Silva, 23 anos;
Henrique José Oliveira da Silva, 29 anos.
Cauã e Mikael eram irmãos. Os outros eram primos deles.
INVESTIGAÇÃO
"Os jovens foram acordados e rendidos. Cinco foram colocados em colchões e foram executados. Ainda é muito cedo para termos informações concretas sobre a motivação (do crime). O que posso dizer é que todos eram usuários de drogas e há três linhas de motivação", afirmou o delegado Sérgio Ricardo, coordenador da Força-Tarefa de Homicídios do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em entrevista à TV Jornal.