Comemorado pela rede bancária e amplamente criticado por especialistas ligados à Previdência Social e de defesa do consumidor, o empréstimo consignado para beneficiários do BPC voltará no fim do próximo mês após cinco meses suspenso.
Diferente da aposentadoria, o Benefício de Prestação Continuada tem caráter assistencial, através da Lei Orgânica de Assistência Social, e é limitado a um salário mínimo. Ele é pago para idosos acima de 65 anos e a pessoas com deficiência cuja renda familiar por pessoa seja de até R$ 330 e esteja cadastrada no Cadastro Único.
Preocupação
Para o especialista em Direito Previdenciário João Varella, o retorno desse tipo de empréstimo aos beneficiários do BPC é preocupante. É que apesar de ter como principal propósito fomentar a economia, a volta do consignado para esse público só deve beneficiar os bancos. Para quem vive de uma renda assistencial de um salário mínimo, com pouco acesso à informação, só trará prejuízos.
Análise
“Emprestar dinheiro para quem está em situação de vulnerabilidade comprometer 35% da sua renda mensal, além de não mudar a realidade social dessa pessoa, pode abrir a porteira para um maior endividamento da população já vulnerável”, afirma Varella.
Negros
Estatísticas demonstram que o Brasil é o País que possui a maior população negra fora da África, sendo que a maior parte desse contingente é formado por aqueles autodeclarados "pardos", como oficialmente são chamadas as pessoas mestiças, que descendem da união de diferentes etnias. Segundo dados do IBGE de 2021, 47% dos brasileiros se reconhecem pardos, 43% brancos e 9,1% pretos.
Negros 2
Os números indicam que o binarismo “branco/negro” pode não ser suficiente para abranger a diversidade étnica e, principalmente, os dilemas raciais da nação. Para contribuir com este debate, a doutora em Educação Janaína Bastos lança o livro Cinquenta Tons de Racismo pela Matrix Editora.
Negros 3
A obra apresenta um apanhado histórico sobre a questão racial brasileira, analisando suas raízes desde o tempo da colonização e do escravismo, passando pelo branqueamento promovido por meio da imigração europeia nos séculos XIX e XX, até chegar às teorias que percebem a miscigenação como positiva e que dariam origem ao mito da democracia racial, explorado à exaustão como símbolo nacional de harmonia e respeito.
Barbie
Diante dessa onda rosa, com o filme da Barbie, a psicóloga Ana Rique levanta algumas reflexões, a partir da obra cinematográfica. "O mundo da Barbie não existe, ele é fantasioso. Querer viver essa realidade tanto na aparência física da boneca quanto no ambiente em que ela vive, pode causar depressão e ansiedade. Querer alcançar o inalcançável pode ser frustrante, porque não existe o corpo perfeito, nem o mundo da Barbie é real", reflete a psicóloga.
Barbie 2
"As redes sociais contribuem fortemente para este sentimento de baixa autoestima, de incapacidade. A dica é saber dosar o uso das redes a seu favor, não exceder nesse universo (também de muita ilusão) e buscar blindar-se através da busca dos objetivos próprios de vida", explica Ana Rique.