Entrevista com o atual campeão mundial da WSL Ítalo Ferreira

Alexandre Gondim
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Alexandre Gondim
Publicado em 15/10/2020 às 16:00
ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
Ítalo Ferreira em harmonia com a natureza - FOTO: ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

O potiguar Ítalo Ferreira ainda não conseguiu nem começar a defender o título mundial, que conquistou na final brasileira com Gabriel Medina no Pipe Masters de 2019, no Havaí, mas tem se mantido bem ativo nesta temporada.

Desde o cancelamento doWorld Surf League Championship Tour 2020, o surfista de Baía Formosa tem mostrado sessões defreesurfeletrizantes e inovadoras em casa e no exterior, nos clipes que vem publicando em suas mídias sociais

Quando começou a participar dos eventos doWSL Countdown, o brasileiro continuou como terminou o ano de 2019. Em três semanas seguidas em setembro de 2020, venceu oOnda do Bem,promovido pelaWSL Latin Americaem Ubatuba (SP), oRendez-Vouz of Surfing,na França, e conquistou o título daEuro Cup of Surfingcom o vice-campeonato, em Portugal. A derrota para o português Frederico Morais na final foi a primeira dele em quase um ano de invencibilidade.

Com a nova temporada doWSL Championship Tour 2021prevista para começar em dezembro, no mesmoPipe Mastersque venceu em 2019, foi entrevistado por Ben Mondy, da World Surf League, onde o campeão falou sobre os seus últimos meses, o retorno às competições e quais são seus planos para defender o título conquistado no Havaí, no ano passado.

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O surfe forte e veloz é a marca registrada do campeão - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

“Tenho me concentrado em surfar o máximo possível e poder voltar a competir no Brasil e na Europa foi muito bom para reviver a sensação de disputar baterias e sentir a alegria de vencer novamente”,disse Ítalo Ferreira.“Eu gosto muito da pressão da competição, para ver como está o meu surfe. Senti falta disso. Em todos os eventos do WSL Countdown tinham competidores difíceis do CT e QS, então o nível técnico foi realmente alto e é muito bom voltar a viver essa rotina de competições”, completou.

“Nestes últimos meses sem competições senti que consegui dar um salto de desempenho no meu surfe. Aprendi muito e tentei melhorar a cada sessão de treinos. Eu fui para as Maldivas, recentemente, e as ondas estavam bombando lá, então pude notar realmente uma evolução. Esse é o objetivo, continuar fazendo muitas surf trips e surfar bastante, para melhorar cada vez mais. A meta é estar pronto para competir, pois sei que a próxima temporada será um grande desafio. Mas, já me sinto pronto”, explica o campeão.

“O título mundial mudou muita coisa na minha vida e certamente tenho mais fãs agora. Tenho muito respeito e amor e sinto falta deles sem as competições. Tenho saudades dos fãs do surfe na praia, dos gritos da torcida e de toda a energia que vem deles. De positivo nessa parada pela pandemia, pude passar mais tempo em casa com a família, amigos e namorada. Mas, tem sido um momento especial também, pois a comida da minha mãe é incrível. Sei que tem sido muito difícil para todos, mas aprendi muito e treinei duro todo esse tempo, além de poder conviver mais com as pessoas que eu amo.”

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Pegar Ítalo Ferreira em uma bateria é tarefa bastante "indigesta". - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

“O ano passado foi incrível com a decisão do título mundial na final do Pipe Masters e este ano vai começar lá, então estou pronto e preparado. É para isso que tenho treinado tanto durante esse ano, então quando a WSL anunciar que vai começar, já estarei lá. No ano passado, cheguei seis semanas antes do evento e fiquei sempre surfando em Pipeline, testando as pranchas, conversando com o Jamie O´Brien, com o Shane Dorian e todos os locais. Isso foi especial para mim, porque eu não era o favorito para ganhar o Pipe Masters, mas aprendi muito com eles e venci o campeonato. Vou tentar fazer o mesmo esse ano”.

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Ítalo é um dos melhores aerialistas do tour - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

“Tenho postado a maior parte das minhas melhores sessões de freesurf e não costumo guardar quase nada para depois. Principalmente para nós brasileiros, é como uma competição entre a gente. Já que não podemos viajar para competir, então é uma forma de ver o que todos estamos fazendo e como podemos melhorar nosso surfe. Seja o Yago Dora, o Gabriel Medina, ou quem for, estou sempre olhando para ver o nível deles, para que eu possa tentar igualar a eles na próxima sessão de surfe.”

“Eu assisti ao filme The Champagne, do Andy Irons, antes de cada bateria no Pipe Masters do ano passado e foi uma grande inspiração para mim. Então, tive a ideia de refazer essa sessão. Claro que não estou me comparando ao Andy, porque para mim ele era o melhor dos melhores, mas queria mostrar à nova geração um pouco do quanto ele me inspirou. Eu também queria fazer isso pela família do Andy. Falei com a sua esposa Lyndie e perguntei à minha equipe se a ideia era boa. Eles ficaram entusiasmados, então deu tudo certo e fiquei orgulhoso desse vídeo.”

“Eu programei mais duas surf trips para depois do WSL Countdown de Portugal e irei para o Havaí um mês antes do Pipe Masters, para começar a testar minhas pranchas. É uma boa hora para fazer alguns treinos lá antes que todos cheguem na ilha. É muito difícil surfar em Pipe quando está lotado, então eu acho que qualquer chance de surfar lá é ótimo, principalmente com os locais. O objetivo é surfar bastante, me divertir e estar totalmente pronto para a competição. Na verdade, é um plano muito simples.” Finalizou o Campeão

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Ítalo é um dos melhores aerialistas do tour - FOTO:ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
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O surfe forte e veloz é a marca registrada do campeão - FOTO:ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
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Pegar Ítalo Ferreira em uma bateria é tarefa bastante "indigesta". - FOTO:ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

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