O foco do surfe volta para o mundial da WSL

O palco para o show dos melhores surfistas do mundo agora é o Corona Open Mexico

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Alexandre Gondim

Publicado em 11/08/2021 às 12:13
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O Corona Open Mexico começou em boas ondas de 4 pés nas direitas de Barra de La Cruz e oito surfistas brasileiros se classificaram na abertura do evento que marca a volta do México ao World Surf League Championship Tour depois de 15 anos.

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Barra de La Cruz,Oxaca,Mexico - TONY HEFF/WSL

Filipe Toledo,Miguel Pupo,Caio Ibelli e o jovem Mateus Herdy, convidado para o evento, estrearam com vitórias e os campeões mundiais Gabriel Medina e Italo Ferreira,Tatiana Weston-Webb e Silvana Lima, também convidada, passaram em segundo lugar nas suas baterias. Seis brasileiros ainda terão chance de voltar ao evento principal pela repescagem disputadas nesta quarta-feira, 11/08. ?

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Italo Ferreira - TONY HEFF/WSL

Três brasileiros estão no topo do ranking e o único que começou com vitória foiFilipe Toledo, que recuperou a terceira posição com o título na final verde-amarela com Gabriel Medina no Jeep Surf Ranch Pro. Filipe fez uma boa escolha de ondas para usar seu repertório de manobras progressivas, variando batidas, rasgadas e os aéreos, para derrotar o francês Jeremy Flores e o mexicano Jhony Corzo, por 13,46 pontos na quarta bateria do dia.“É sempre muito bom estar no México. É um dos meus lugares preferidos para fazer uma surf trip, porque sempre têm muitas ondas boas em várias praias”, disseFilipe Toledo, que respondeu sobre as ondas de Barra de La Cruz.“A maré tem uma grande influência aqui. Na seca, tem um tubo que quebra por trás das pedras, mas independente da maré, a onda é muito boa. O vento está calmo e espero que as ondas aumentem nos próximos dias”.

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Griffin Colapinto - THIAGO DIZ/WSL

A bateria seguinte foi 100% brasileira, com o primeiro medalhista de ouro na história do surfe nas Olimpíadas,Italo Ferreira, fazendo sua primeira apresentação depois da conquista inédita nos Jogos de Tóquio, no Japão. Mas, o convidado para reforçar a seleção brasileira da WSL no México,Mateus Herdy, começou melhor, já mostrando um ataque aéreo poderoso para largar na frente com nota 7,33.

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Gabriel Medina - TONY HEFF/WSL

O atual campeão mundial logo assumiu a ponta com notas 5,67 e 6,50 nas primeiras ondas que surfou e chegou a aumentar o recorde de pontos do Corona Open Mexico, quando destruiu uma direita com uma série de manobras potentes de backside que valeram nota 7,43. Com ela, atingiu 13,93 pontos.Peterson Crisanto entrou na briga surfando bem também duas ondas seguidas, que renderam notas 5,73 e 7,30.

Só que Mateus Herdy achou outra onda boa para mostrar a força e variedade do seu surfe moderno e ganhou 6,80 dos juízes para totalizar 14,13 pontos. Italo ainda tentou a vitória em mais duas ondas, mas as notas 6,33 e 6,50 recebidas, foram insuficientes para aumentar seus 13,93 pontos. Com isso, o campeão mundial Pro Junior da WSL em 2018, derrotou o campeão mundial do CT 2019 e Peterson ficou em terceiro com 13,03 pontos.

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Mateus Herdy - TONY HEFF/WSL

O catarinense Mateus Herdy foi entrevistado na transmissão ao vivo e começou respondendo sobre o convite da World Surf League para competir no Mexico convidado pela Quiksilver que patrocina ele e o evento :“Foi uma surpresa total. Eu estava aqui no México fazendo umas fotos para a Quiksilver, quando recebi o e-mail do Renato Hickel com o convite para o evento. Fiquei amarradão, porque eu já estava surfando aqui todos os dias”.

Mateus também falou sobre a bateria:“Todo mundo no Tour surfa muito bem e essa bateria foi bem acirrada, com notas altas. Na verdade, o que me deixou mais tranquilo foi o fato de eu estar 100% saudável. Na última vez que participei de um CT, eu estava machucado e não consegui mostrar o meu melhor. Com tantos talentos no Tour, se você ficar com medo ou nervoso, vai ser um desafio extra. Então, só tentei surfar como eu faço diariamente”.

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Adriano De Souza - THIAGO DIZ/WSL

Depois da bateria brasileira, entrou no mar o bicampeão mundial e líder disparado do ranking, Gabriel Medina. Ele decidiu o título em cinco das seis etapas do WSL Championship Tour 2021 já disputadas e ganhou duas na Austrália, em Sidney e em Rottnest Island. A vantagem é tão grande que Medina já está confirmado entre os top-5 que vão disputar o título mundial no Rip Curl WSL Final se só perde o primeiro lugar no ranking se Italo Ferreira ganhar esta etapa do México e a próxima no Taiti, ouFilipe Toledo conseguir uma vitória e um segundo lugar nos dois eventos.

Medina não vai competir no Outerknown Tahiti Pro, que começa no próximo dia 24, porque ainda não tomou a vacina contra o Covid-19, mas já pode confirmar o primeiro lugar no ranking agora, sem depender dos resultados do Italo e do Filipe. Ele garante isso se chegar nas semifinais do Corona Open Mexico e já deu o primeiro passo, avançando direto para a terceira fase, também em segundo lugar na sua bateria.

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Frederico Morais - THIAGO DIZ/WSL

As condições do mar já estavam diferentes com a mudança da maré em Barra de La Cruz e Medina não achou ondas tão boas para mostrar todo o potencial do seu surfe. O australiano Jack Robinson teve mais sorte na escolha e venceu a bateria por 13,83 pontos, somando notas 7,50 e 6,33. Medina só pegou ondas para usar a combinação base-lip, sem rampas para voar como gosta, porém foi suficiente para superar o mexicano Diego Cadena por 10,13 a 7,90 pontos, na briga pela segunda vaga direta para a terceira fase.

O peruano Lucca Mesina sé o outro participante da América do Sul e também avançou na segunda bateria da terça-feira, 10/08. Ele é um dos surfistas que competiram nas Olimpíadas de Tóquio e acabou mandando o primeiro brasileiro para a repescagem, Jadson André. O confronto foi vencido pelo americano Griffin Colapinto, que defende a quinta posição no grupo dos top-5 que vai disputar o título mundial noRip Curl WSL Finals, em setembro.

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Yago Dora - TONY HEFF/WSL

Mais cinco surfistas da seleção brasileira da WSL competiram depois da estreia dos líderes do ranking e apenas dois conseguiram vencer suas baterias. Yago Doraf oi mandado para a repescagem pelos irmãos Owen e Mikey Wright. Caio Ibelli ganhou a disputa seguinte, mas Alex Ribeiro perdeu a briga pela segunda vaga desta bateria para o portuguêsFrederico Morais.

O campeão mundial Adriano de Souza também ficou em último, contra o taitiano Michel Bourez e o australiano Ethan Ewing, que tirou a maior nota do dia, 8,83. Já Miguel Pupo fechou a primeira fase vencendo uma disputa acirrada, definida por décimos de diferença. A quarta e última vitória brasileira da terça-feira foi conquistada por 11,43 pontos, contra 11,37 do australiano Wade Carmichael e 10,46 do havaiano Seth Moniz.

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Deivid Silva - THIAGO DIZ/WSL

“Tenho surfado muito aqui nos últimos dias, cada sessão de no mínimo 3 horas e só ontem,segunda-feira, tirei uma folga pra descansar antes do campeonato”, contou Miguel Pupo, que está em 14.o lugar no ranking que garante os 20 primeiros para o CT de 2022.“Fiquei feliz de pegar umas ondas boas na bateria e conseguir uma sintonia com o mar. Está bem quente aqui, então procurei não usar muita força para remar e concentrei na respiração. Acho que funcionou e espero pegar mais ondas boas nas próximas baterias, até chegar na final”.

Os doze surfistas que ficaram em último lugar nas suas baterias da primeira fase, são divididos em quatro confrontos também formados por três competidores na repescagem. Esta é a primeira rodada eliminatória das etapas do CT e quem ficar em último novamente, termina em trigésimo lugar lugar no evento, marcando apenas 265 pontos no ranking.Um número recorde de seis brasileiros vai disputar a repescagem e a terceira bateria ficou 100% verde-amarela, com Adriano de Souza, Jadson André e Alex Ribeiro. A segunda tem dois, Yago Dora e Deivid Silva, com o mexicano Jhony Corzo. E Peterson Crisanto vai disputar as duas primeiras vagas para a terceira fase com o japonês Kanoa Igarashi e outro mexicano, Diego Cadena.

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