Depois de cinco anos sem disco de inéditas, Zé Ramalho volta revigorado com
Sinais dos tempos, mais um trabalho sob a batuta de Robertinho do Recife (dividem a produção do álbum), e o primeiro pelo seu selo Avohai.
Cezzinha, Rick Ferreira guitarista que tocou com Raul Seixas), o americano Jesse Robinson, Roberta do Recife, e o filho João Ramalho, são os convidados no álbum.
O Bob Dylan da caatinga, como era chamado quando surgiu no final dos anos 70, nunca foi tão Bob Dylan e tão Zé Ramalho.
Sinais dos tempos é um disco introspectivo, em alguns trechos enigmático, paradoxalmente, com as canções com mais potencial para o sucesso que o paraibano grava em muitos anos.
Um disco sobre o envelhecer, sobre a passagem do tempo, com citações que vão de canções dele mesmo,
A terceira lâmina (1981) em duas faixas,
Lembranças do primeiro, e
Olhar alquimista.
Vai ainda mais longe em
A noite branca, outro lado de
A noite preta (que fecha seu primeiro álbum, de 1978). Nesta faixa, lembra sua época de músico de baile, abrindo a música com a introdução de
Venus, do grupo holandês Shocking Blues (1969).
Sinais dos tempos é o melhor disco autoral e Zé Ramalho em anos.