Há exatos 60 anos, morria, de um acidente de automóvel, na Via Dutra, Francisco Alves, o cantor mais popular do país, e o de sucesso mais longevo desde o advento de Roberto Carlos. Uma tragédia que provocou uma comoção nacional. Não era para menos. Ele pontificava no rádio e no disco no Brasil desde 1920. Gravou pelo menos mil canções, de praticamente todos os compositores importantes da música brasileira: de Sinhô a Noel Rosa e David Nasser.
Francisco Alves (nascido em 1898, na Saúde, no Rio), conheceu a fase mecânica e elétrica do disco. Nos 32 anos de carreira, vendeu milhões de 78rpm, conheceu o sucesso sozinho, ou com parceiros como Mario Reis, com quem gravou em dupla. Foi uma espécie de Carlos Gardel brasileiro. Com uma diferença básica. Gardel, morto em 1930, até hoje é lembrado, e tocado na Argentina.
Anda-se nas ruas de Buenos Aires e a voz de Gardel é onipresente, saindo de lojas ou casas de disco. Francisco Alves, que morreu 24 anos depois do ídolo argentino, raramente é ouvido no rádio brasileiro. Gerações cresceram desconhecendo sua importância na música brasileira. Como aliás acontece, com quase todos os astros da canção contemporâneos dele, inclusive Carmem Miranda.
Francisco Alves foi sepultado no cemitério de São João Batista, em Botafogo, no Rio. Em seu mausoléu os versos, de David Nasser:
"Tu, só tu, madeira fria,há de sentir toda agonia do silêncio do cantor".
Confiram Francisco Alves em
Manhãs de sol (Hervê Cordovil), no filme
Alô, alô Carnaval (1936):
http://www.youtube.com/watch?v=pDyHcELktjk&feature=related