Genival Santos 1941/2014

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JC

Publicado em 19/11/2014 às 18:37 | Atualizado em 14/11/2023 às 11:07
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Genival Santos na capa do primeiro LP (1973) Genival Santos na capa do primeiro LP (1973) O cantor e compositor paraibano Genival Santos, falecido, dia 18, em Fortaleza, aos 73 anos, era conhecido pelo sucesso Te peguei no flagra (1977, dele e de Lindolfo Barbosa), mas teve muito mais sucessos, cantados pelos que realmente o curtiam. Ele fez parte de uma leva de cantores surgidos no rescaldo da jovem guarda, com letras de um romantismo exacerbado, com acompanhamento de baixo, guitarra, bateria e teclados. Formava num time em que também atuavam, entre muitos outros, nomes como Baltazar, José Ribeiro, Fernando Mendes, José Augusto, Odair José, Carlos André (nome artístico do produtor Oséas Lopes). Nascido em Campina Grande (PB), ele foi morar na baixada fluminense quando tinha seis anos, em Santa Cruz da Serra, onde vive até hoje a família de Luiz Gonzaga (os sobrinhos, e sobrinhos netos). Começou a carreira como forrozeiro. E durante algum tempo equilibrou-se entre os ritmos nordestinos, e o brega. Lançou um compacto duplo com quatro forrós, no estilo samba de latada, e a participou de três edições da compilação junina Quebra Pote, ao lado de Trio Nordestino, Ary Lobo, e Genival Lacerda. Autores de forró como João Silva, Antonio Barros, Cecéu, Raimundo Evangelista, e Oseas Lopes assinam composições em seus primeiros álbuns. O primeiro deles Morrendo de amor (1973), foi lançado pela Beverly, tem uma faixa assinada por Bezerra da Silva, na época cantor de cocos e rojões na linha de Jackson do Pandeiro. Sua participação, nesta época, no Programa Flávio Cavalcanti certamente foi "armação" da gravadora com a produção do polêmico apresentador, o de maior audiência na época na TV brasileira, no horário nobre do domingo à noite. Cantores populares iam a Flavio Cavalcanti para serem destroçados pelo corpo de jurados e pelo apresentador (que em outro programa, Um instante, maestro, quebrava discos fazendo estudada cara de mau (chegou a quebrar um disco inexistente de Jackson do Pandeiro)). Mas valia a pena o achincalhe, pela exposição que recebia de Norte a Sul do pais. Genival Santos até meado dos anos 70, assim como Odair Jose ou José Ribeiro, não eram considerados bregas, apenas, até porque a expressão ainda se usava para designar o baixo meretrício, onde a música destes cantores tocava. O nome brega ao estilo musical aconteceu por associação ao lugar onde faziam tanto sucesso. Quando ele surgiu, a Jovem Guarda já era passado, não tocava mais no rádio do Rio ou São Paulo, e o mercado que o consumia eram o subúrbio destas metrópoles, onde viviam os imigrantes nordestinos, e no Norte e Nordeste, regiões em que seus discos vendiam muito, e eram executados em alto-falantes de parque de diversão, emissoras AM, abrindo-lhes um mercado de show que funcionava o ano inteiro. A maioria da discografia de Genival Santos encontra-se fora de catálogo. Seus discos do anos 70 e 80 foram lançados quase todos  por gravadoras já extintas. Confiram Genival Santos no samba de latada em Maria Garrafa: https://www.youtube.com/watch?v=_OmNg_lP-xM  

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