Polêmica peça publicitária do álbum Black and Blue Os Rolling Stones nunca foram modelos de bom comportamento, e nem um pouco politicamente corretos.Muito menos nas letras das canções. Foram punks, no sentido "filosófico" do termo, quando os caras dos Sex Pistols andavam de calças curtas. Basta lembrar o buruçu que motivaram com o trocadilho gráfico das peças de divulgação do álbum Black and Blue (1976), que estampava uma moça com o corpo decorado por hematomas pretos e azuis. lembramos algumas canções que os Rolling Stones dificilmente tocam em turnês. A exceção talvez seja Some Girls, sobretudo em países que não têm o inglês como idioma nacional. ei-las: Cocksucker Blues – O título já diz tudo, pegando leve na tradução, grosso modo, é o Blues do Felatio. Uma sacanagem dos Stones com sua antiga gravadora a Decca Records. Quando criaram seu próprio selo, em 1970, foram notificados de que deviam ainda duas músicas, ou um compacto simples, à Decca. Pagaram com Cocksucker Blues, que também batizou um documentário proibido da banda, dirigido por Robert Frank, de 1972 e, assim como a canção, oficialmente inédito até hoje. https://www.youtube.com/watch?v=Q_zkx13v__A Backstreet Girl – De fazer feminista ficar de cabelos em pé. Faixa obscura do álbum Between the Buttons (1967) é uma canção sobre a “outra”. Na letra pede-se que ela fique na “moita”: “Por favor não queira se meter na minha vida/não perturbe minha esposa querida/isto não a levará a nada” ou ainda, “Por favor nunca ligue pra minha casa/nem bata na porta à noite/nunca faça o telefone tocar/seus modos são sempre errados/se limite ao que lhe dou como namorado”. https://www.youtube.com/watch?v=PWrPuehVrWc Stupid Girl – De Aftermath, primeiro álbum autoral da banda, de 50 anos atrás. Naquela época feministas não se preocupavam com grupos de rock, certamente o motivo dos Stones gravarem músicas assim: “Olha para aquela garota estúpida/não importa se ela pinta o cabelo/ou a cor dos sapatos que usa/ela a pior coisa deste mundo/olhe para aquela garota estúpida”. https://www.youtube.com/watch?v=LTs8vGWp-xs Sister Morphine – Faixa do álbum Stick Fingers (1971) No Brasil o disco saiu sem Sister Morphine (de Jagger com Marianne Faithfull, que ganhou a parceria no grito): “Por favor, prima cocaína, ponha suas mãos suaves na minha cabeça/Ei, irmã morfina, você fez com que ela se pareça com uma morta”. A letra vai por aí, composta na fase junkie do grupo. https://www.youtube.com/watch?v=fJGF8MRDMqo Don’t Lie to Me - Do álbum Metamorphosis (1975), um dos discos menos conhecidos dos Stones. Foi lançada à revelia de Jagger & Richards. Os versos finais falam por si: “ Pra começo de conversar, vamos resolver isto/soube o papel que você fez/não minta pra mim, não minta/não me deixe com raiva/porque você vai sentir o quanto um homem pode ser mau”. https://www.youtube.com/watch?v=Qc7N8dt3iXo Some Girls – Também título do álbum lançado em 1978. Os Stones agora poderiam ser enquadrados em misoginia, machismo e racismo. Martinho da Vila teve mulheres de todas as tonalidades, os Stones de todas as raças, italianas, inglesas, francesas, chinesas, e também de cores variadas: “Moças brancas são divertidas/mas as vezes me deixam furioso/as moças negra só querem saber de transar a noite inteira/mas eu não tenho tanta geléia assim. https://www.youtube.com/watch?v=D57RhqHK8Vg Stoned – em Português, literalmente, “chapado”. Um instrumental, com quatro versos improvisados ao longo da música. Lado B do compacto com I Wanna Be Your Man. É de 1963, e eles já estavam nesta vibe. Provavelmente só tocaram em público na época, pela ruindade. É a pior música entre as centenas que Mick Jagger e Keith Richards fizeram juntos. Se é que fizeram esta juntos. https://www.youtube.com/watch?v=XHxSHg-2o9w