Vímana tem único disco relançado em vinil

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JC

Publicado em 20/07/2016 às 9:50 | Atualizado em 14/11/2023 às 9:25
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  vimana red A virada da mesa dos tropicalistas em 1968 foi fundamental para acentuar a defasagem em que se encontrava a música popular no Brasil, ainda atrelada à bossa nova ou ao iê iê iê. Em 1972, a contracultura estabeleceu ramificações brasileiras com bandas, romancistas, poetas e uma imprensa especializada que propagava os trabalhos desses pioneiros “alternas”, enfatizando as bandas de rock. A Deck/Polysom está lançado, em vinil, o único disco de um dos grupos alternativos da época, o Vímana. Esta banda carioca tornou-­se lendária por abrigar, durante um determinado período, músicos que fariam sucesso no BRock dos anos 80, Lobão, Richie e Lulu Santos. O baixista Fernando Gama (ex­-Veludo Elétrico) e o tecladista Luiz Paulo Simas  completavam o grupo, na sua formação mais conhecida, reunida no final de 1974. Numa época pobre em imagens, o quarteto pode ser visto em ação no documentário Hollywood Rock, de 1975, realizado no campo do Botafogo, no Rio, embora o Vímana termine o show antes do tempo, com problemas no equipamento. O festival foi produzido por Nelson Mota, que contou com os principais nomes que atuavam no rock carioca e paulistano, Mutantes, Rita Lee, Veludo, Vímana, Raul Seixas, Erasmo Carlos, Peso e Celly Campello. “Ele está há um ano na bateria do Vímana, mas já é responsável pelo maior sucesso do conjunto, Zebra, sua música, agradou tanto que motivou o convite da Som Livre para gravação de um compacto”, diz a abertura de um matéria no Jornal da Música, em 1975. O “ele” atendia por Lobão, 19 anos, que, humilde, não se arvorava a solitário compositor da Vímana: “Eu fiz a parte da guitarra, e o Ritchie fez a melodia, o Lulu fez a letra. Foi o Lulu também que deu nome à música. Exatamente porque estávamos atravessando uma maré muito azarada. Não estávamos conseguindo vender nenhuma fita e, além de tudo, o Fernando pegou hepatite três dias antes de a gente se apresentar em Saquarema”, conta Lobão, na mesma entrevista. O compacto era usado pelas gravadoras como uma isca. Se o consumidor a mordesse, o artista poderia ter o cobiçado LP. O Vímana foi apadrinhado pelo tecladista suíço Patrick Moraz, na época no supergrupo inglês Yes. Ele estava morando no Rio (namorando uma brasileira) o que deve ter contribuído para o contrato com a Som Livre. O único compacto, e disco, da Vímana trazia apenas duas faixas: Zebra, no lado A, e Masquerade, na outra face. Não fez sucesso, mesmo assim o grupo gravou canções para um LP que permanece inédito nos arquivos da gravadora (mas obviamente circula há anos como bootleg). (matéria publicada em 20 de julho de 2016, na edição impressa do Jornal do Commercio) Confiram o Vímana no áudio de Zebra: https://www.youtube.com/watch?v=PKQI0QoUgWo    

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