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Trump enfrenta a proibição da maioria dos músicos americanos

Sem permissão, ele já usou de Prince aos Beatles em comício e convenções partidárias

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JC

Publicado em 04/07/2020 às 14:37 | Atualizado em 25/07/2020 às 11:23
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A nota de repúdio dos herdeiros de Luiz Gonzaga pelo uso, sem autorização, do clássico Riacho do Navio (parceria com Zé Dantas), numa live do presidente Bolsonaro, foi a nota desafinada da semana. Na live a música é cantada pelo presidente da Embratur, que se acompanha tocando sanfona. A indignação dos Gonzaga, repete o que tem acontecido com o presidente Donald Trump. Dezenas de músicos americanos o proibiram de usar músicas suas, isto desde a campanha presidencial em 2015.
Aliás, no mesmo dia em que Trump anunciou sua candidatura, Neil Young, canadense, naturalizado americano, proibiu que Trump usasse Rockin’ in the Free World, uma de suas canções mais conhecidas. Alguns meses mais tarde foi a vez de integrantes da R.E.M desautorizá-lo a tocar It’s the End of the World as We Know it num comício de campanha. O vocalista Mike Stipe soltou os cachorros contra Donald Trump, dizendo que não queria sua voz ouvida naquela campanha presidencial idiota.
Mas Trump, como é notório, não é de desistir fácil. Ainda durante a campanha, em 2015, ele usou uma música do Aerosmith. Steve Tyler, o vocalista e co-autor vetou o uso. “Tenho uma melhor para colocar no lugar desta”, retrucou Trump, afirmando que o grupo teve mais publicidade no imbróglio com ele, do que durante os últimos dez anos. E o renitente Donald atravessou o atlântico para levar um chega pra lá da inglesa Adele. Ela avisou que não permitia que suas músicas fossem usadas com fins políticos partidários. Trump usou duas, Skyfall e Rolling in Deep. O mesmo que Elton John fez quando Trump tocou Rocket Man na campanha.
Mas Trump é Trump. Embora os integrantes do Queen mandassem repetidas vezes notificações para que We Are The Champions não fosse tocada em peças publicitárias de Donald Trump, a música continuou sendo usada. Em 2016, na convenção do Partido Republicano, foi a vez de Beatles e Rolling Stones. O herdeiros de George Harrison, a mulher Olivia, e o filho Dhani, indignaram-se por Here Comes the Sun ter sido executada na convenção. A viúva de Harrison tuitou que a única música de George que serviria à Trump seria Beware of Darkness (Cuidado com a Escuridão).
A lista de artistas da música protestando, processando Trump pelo uso não permitido daria um grande festival de gênero variados; Pharell Williams, Rihanna, Axl Rose, Twisted Sisters, earth Wind and Fire. Nem os mortos escapam. Os herdeiros de Prince foram em cima do surpreendente Donald Trump pelo execução indevida e não permitida de Purple Rain num comício em Minneapolis (cidade de Prince). Mas ele , como é publico e notório, é osso duro de roer. Proibido em 2015 de tocar uma canção do R.E.M, em janeiro de 2020, ele usou duas, Everyboy’s Hurt e Lose My Religion, num comício. Os integrantes, em nova publicação, disseram que iam ate os tribunais para impedir que Trump usasse canções do grupo. Na nota chamaram o presidente “Vigarista fraudulento”.
Donald Trump e sua equipe, naturalmente sabem o que fazem. São cientes de que as canções não teriam permissão de músicos que não o apoiam, pelo contrário. Porém, usando-as apenas uma vez, com o devido registro das imagens, estas se propagarão ad infinitum pelas mídias sociais, sem que os autores consigam ter controle sobre isto.

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