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Diante do avanço do novo coronavírus (covid-19) no Estado, representantes do trade turístico sugeriram, em carta entregue durante reunião com o governo de Pernambuco, a instalação de leitos na Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife (RMR), e no Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon-PE), em Olinda, também na RMR, para tratar os infectados. O número de casos confirmados no Estado subiu para 42 nesta segunda-feira (23).
"Apresentando os respeitosos cumprimentos e, em face da pandemia do coronavírus que tão fortemente atinge o nosso Estado, e conhecedores da real situação do sistema de saúde, diante do indicativo de possível exaustão de sua capacidade instalada, - haja visto (sic) o que vem acontecendo em outros países e em outros estados da federação, os quais tem tomado providências para adaptar equipamentos sociais para funcionar como hospitais de campanha - sugerimos que o Centro de Convenções de Pernambuco e a Arena Pernambuco sejam urgentemente transformados em ambiente para serem usados como espaços para assistência aos nossos irmãos acometidos pelo vírus e que vierem a necessitar de assistência à saúde", diz trecho da carta endereçada ao governador Paulo Câmara (PSB).
Em São Paulo, estado que lidera o número de casos confirmados do novo coronavírus no País, o estádio do Pacaembu já está sendo preparado para receber infectados. No espaço, serão instalados 200 leitos para atender alguns pacientes de baixa complexidade. O governador da Bahia, Rui Costa, também anunciou na noite desta terça (23) a disponibilização do estádio da Fonte Nova para instalações de alta complexidade.
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O documento, assinado por Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas, Convention Bureau de Porto de Galinhas, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco (ABIH-PE), Associação Brasileira das Agências de Viagem em Pernambuco (Abav-PE), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PE) e Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc-PE), também alerta para as dificuldades que o setor enfrenta por causa da pandemia. "O setor de turismo enfrenta a maior crise de que se tem conhecimento com 100% dos eventos cancelados, contratos de prestação de serviços e projetos interrompidos, nos resta darmos às mãos, sugerindo o uso desses espaços que já pertencem ao povo de Pernambuco e que encontram-se com uso interrompido e sem ter como vislumbrar o retorno às suas funções habituais, sejamos nós, Entidades do trade, a apresentar essa proposta de suporte de emergência", destaca o texto.
RESPOSTA A ATENDIMENTO DE DEMANDAS ADIADA
A reunião do trade turístico com os secretários de Finanças e de Turismo do Estado, na tarde desta segunda-feira (23), terminou sem o anúncio de medidas concretas, mas com uma nova promessa de resposta em 10 dias.
É o tempo em que o governo de Pernambuco pretende "digerir" o plano recém-anunciado pelo governo federal de socorro aos Estados, no valor de R$ 85,8 bilhões. Somente para a saúde, serão R$ 8 bilhões em quatro meses. As providências ainda incluem suspensão da dívida pública dos Estados com a União, renegociação de débitos com bancos, recomposição dos Fundos de Participação de Estados e municípios e operações com facilitação de créditos.
"Os cenários econômicos estão submetidos às definições do governo federal. Nos próximos 10 dias, vamos tentar criar um formato de contribuição para minimizar as perdas do trade", disse o secretário de Turismo, Rodrigo Novaes.
Sobre a sugestão de utilizar a Arena e o Cecon-PE como espaços de assistência no enfrentamento à covid-19, Novaes afirmou que a ideia está sendo considerada pelo Comitê de Crise do Estado, ao qual caberá um posicionamento formal. De antemão, assegura, a Secretaria de Turismo já encerrou o atendimento ao público no Cecon-PE.
Na avaliação da presidente da seção local da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc), Tatiana Marques, o secretário de Finanças, Décio Padilha, mostrou-se sensível às demandas, o que reacendeu a esperança de alguma medida de redução de danos. "Não queremos isenção, mas prorrogação do prazo de pagamento de alguns tributos, para não sermos considerados inadimplentes e termos fluxo de caixa para pagar funcionários", diz.
Para a diretora executiva do Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau (PGCVB) e presidente da Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas, Brenda Silveira, "é compreensível a priorização da saúde neste momento". No entanto, admite, demissões no destino, que reúne pelo menos 25 mil trabalhadores formais (entre 40 mil no total) "serão quase inevitáveis".
Também estiveram presentes à reunião, ainda feita presencialmente, a diretora executiva de Planejamento e Gestão da Prefeitura do Recife, Renata Vilaça, e diretor administrativo e financeiro do Distrito Estadual de Fernando de Noronha, Césio Costa Rodrigues dos Santos, além de dois técnicos da Setur.
Atendendo à demanda do trade, a secretaria diz que a próxima reunião será feita por teleconferência, para permitir a participação de mais pessoas e evitar riscos de contaminação pelo covid-19.
Leia a íntegra da carta do trade turístico
Dr. Paulo Câmara
Exmo. Sr. Governador do Pernambuco
AC. Dos Secretários de Turismo - Rodrigo Novaes Fazenda - Décio Padilha
Apresentando os respeitosos cumprimentos e, em face da pandemia do coronavírus que tão fortemente atinge o nosso Estado, e conhecedores da real situação do sistema de saúde, diante do indicativo de possível exaustão de sua capacidade instalada, - haja visto o que vem acontecendo em outros países e em outros estados da federação, os quais tem tomado providências para adaptar equipamentos sociais para funcionar como hospitais de campanha - sugerimos que o Centro de Convenções de Pernambuco e a Arena Pernambuco sejam urgentemente transformados em ambiente para serem usados como espaços para assistência aos nossos irmãos acometidos pelo vírus e que vierem a necessitar de assistência à saúde.
O setor de Turismo enfrenta a maior crise de que se tem conhecimento com 100% dos eventos cancelados, contratos de prestação de serviços e projetos interrompidos, nos resta darmos às mãos, sugerindo o uso desses espaços que já pertencem ao povo de Pernambuco e que encontram-se com uso interrompido e sem ter como vislumbrar o retorno às suas funções habituais, sejamos nós, Entidades do trade, a apresentar essa proposta de suporte de emergência.
Infelizmente, não há recursos nem meios materiais para contribuir neste momento de crise social e econômica. Fomos o primeiro segmento atingido economicamente de forma quase que fatal, mesmo assim não queremos estar fora da contribuição ao nosso Pernambuco, enquanto aguardamos ser possível a tão sonhada requalificação do CECON.
Respeitosamente,
ABEOC- PE, ABRASEL-PE, ABAV-PE, ABIH- PE, Convention Porto de Galinhas, Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas.
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