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RETOMADA

Setor de eventos à espera do protocolo para tentar impulsionar o turismo

Depois da reabertura das praias e dos bares e restaurantes o trade turístico espera que a liberação das atividades chegue ao setor de eventos responsável por até 40% da ocupação dos hotéis

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 22/07/2020 às 6:00
Divulgação
CENTRO DE CONVENÇÕES DE PERNAMBUCO. - FOTO: Divulgação

O trade turístico já considera o ano de 2020 praticamente perdido para o setor de eventos. Responsável por até 40% da ocupação hoteleira na capital, a definição de protocolos para o retorno destas atividades é vista como necessária e urgente, embora não seja garantia de retorno do público.

A cerimonialista Tatiana Marques, presidente regional da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc-PE), diz que já está sendo trabalhado junto ao Governo do Estado protocolos específicos por segmento, mas ainda não há uma data para liberação das atividades. “O governo queria propor um protocolo único, mas nós fizemos ver que a atividade é múltipla. As regras exigidas para uma cerimônia de casamento não podem ser as mesmas para a realização de um show, ou de um congresso ou de uma feira de negócios. Mas tudo é evento”, explicou.

ESPAÇO

Enquanto o protocolo não vem, as próprias empresas já desenvolvem estratégias. “Muitos hotéis estão adaptando seus auditórios com o distanciamento necessário entre as cadeiras e implantando sistemas de desinfecção e renovação do ar. Serviços de buffet já sabem como irão servir alimentos de forma segura. Quando tivermos os protocolos não vamos partir do zero”. A cerimonialista diz que, fora a pandemia, outro agravante que desfavorece a retomada do setor no Estado é o Centro de Convenções. “Nós perdemos para o Ceará e a Bahia. Eles têm espaços maiores e melhores do que o nosso”. Tatiana diz que o Centro de Convenções de Pernambuco ainda é um dos maiores, tem excelente localização e arquitetura moderna, mas peca no estacionamento, falta de refrigeração e ausência de estrutura para redes de tecnologia. “É o equipamento que mais vai sofrer nesta retomada”, conclui Tatiana Marques.

O presidente do Recife Convention Bureau, Simão Teixeira, diz que a volta dos eventos é fundamental para o setor hoteleiro. “As regiões Sul e Sudeste, que são as principais emissoras de turistas para o nosso destino, estão enfrentando o pico da pandemia, o que desestimula as viagens”. Teixeira disse ainda que o setor de eventos poderia ajudar nessa recuperação. “Chegamos a ter apenas 10 voos diários no Aeroporto do Recife e agora estamos com quase 60. Tem a ver com a retomada das viagens corporativas”.

ADIAMENTO

Segundo o presidente do Recife Convention Bureau, estava prevista a realização de 12 grandes eventos, entre congressos e feiras, no segundo semestre deste ano, com participação de cerca de 95 mil pessoas. Todos foram cancelados ou adiados. Teixeira se diz preocupado com a tendência de substituição dos eventos presenciais por eventos online ou híbridos (com número de participantes reduzido e transmissão via internet) por não gerarem ocupação nos hotéis e terem pouco ou nenhum impacto na economia local. Ele acredita que eventos presenciais de grande porte no Recife só voltarão a acontecer em 2021, dependendo da evolução da pandemia.

O presidente regional da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH-PE), Eduardo Cavalcanti, disse que no Recife, pelo menos 50% dos hotéis estão abertos, com ocupação média de 7%. “No caso dos eventos, é muito complicado porque é preciso manter o isolamento, e isso nos leva ao modelo híbrido. Quem esperava receber duas mil pessoas para um evento, não vai receber nem 100, porque parte das pessoas vai acompanhar tudo de casa”. Para Eduardo Cavalcanti, a hotelaria vai recuperar no mesmo prazo dos eventos a sua plenitude. “Ainda teremos uma ocupação sofredora. Não temos ainda protocolo e nem mais Centro de Convenções. Cada capital do Nordeste está aí com um novo, e nós estamos pleiteando centavos para consertar o nosso", criticou.

MELHORIA

O Centro de Convenções de Pernambuco deverá passar por uma reforma feita através de Parceria Público Privada. O estudo técnico, que irá definir as condições previstas no edital, está sendo elaborado. O secretário estadual de Turismo, Rodrigo Novaes, informou que “os termos estão sendo analisados para que possamos avançar. Daqui para o fim do ano teremos a concretização nesse sentido”, afirmou.

Segundo a Secretaria Estadual de Turismo, 78% dos eventos de grande porte (feiras e congressos) previstos para este ano foram reagendados para 2021. Dos 22% restantes, 13% foram cancelados e 9% realizados online. Entre os eventos de pequeno porte, 74% deles (shows, espetáculos, palestras) foram adiados para o ano que vem. E ainda há eventos marcados para acontecer após o mês de setembro deste ano em negociação.

A secretária de Turismo, Esportes e Lazer do Recife, Ana Paula Vilaça, explicou que a cada reabertura dos setores ligados ao Turismo, a Prefeitura investe em divulgação do destino. Foi assim com a reabertura das praias e com o reinício das atividades de bares e restaurantes. Ana Paula Vilaça também explicou que algumas obras foram retomadas, como a recuperação dos bancos e de parte do calçadão da orla da Praia de Boa Viagem. Os quiosques da praia também passarão por requalificação.

 

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