Em algum momento da evolução, devemos ter perdido as nadadeiras e a capacidade de respirar sozinhos dentro d’água. Sim, o ser humano bem poderia ter vindo dos peixes. É o que se pensa ao mergulhar em paz, completamente adaptado ao equipamento, a ponto de esquecer que ele existe e se sentir parte do ambiente marinho.
Um dos lugares do mundo que proporcionam essa emoção única é a barreira de corais de 185 quilômetros que vai do Litoral Sul de Pernambuco ao Norte de Alagoas. No meio do caminho, em São José da Coroa Grande, a experiência se torna ainda mais especial, pela exclusividade.
Só recentemente o mergulho com cilindro passou a ser oferecido nos arrecifes da região em 18 pontos mapeados até agora, o suficiente para garantir que você não cruze com outros mergulhadores, a não ser que queira.
Se observadas da superfície as piscinas naturais de São José já exibem uma profusão de vida, abaixo da linha d’água o santuário marinho revela-se uma festa, animada por peixes multicoloridos e até de dorso néon. Em todo o paredão, são quase 200 espécies.
Sem falar nos corais de nomes e formatos inusitados, como boi, fogo e cérebro. Aqui e ali, cobras d’água, lagostas e arraias atravessam o caminho. Animais maiores, como tartarugas, não costumam adentrar os arrecifes nessa área.
De dia, a incidência de luz e a transparência do mar encorajam a percorrer as grutas coralíneas, em busca de outros seres entocados na barreira.
Para isso, é preciso um mínimo de experiência certificada e um instrutor que inspire confiança e segurança. Nesse quesito, Alexandro Galindo (99118- 0350) é dos melhores com quem já tive a oportunidade de mergulhar. Desde setembro, com a retomada do turismo em Pernambuco, ele conduz passeios de batismo, como é chamado o mergulho para iniciantes, e também fornece toda a estrutura para mergulhadores autônomos, além de cursos, através da @Loucos_Por_Mergulho.
No primeiro caso, o programa dura duas horas e meia, incluindo tempo de instrução, adaptação na água e 30 minutos submerso a uma profundidade de até oito metros. Os horários mudam segundo a maré, indo de duas horas antes a duas horas após o ponto mínimo. Um diferencial é que também há batismo à noite. Custa R$ 180, com fotos e vídeo. Já para credenciados, o preço é de R$ 300, com duas caídas, dois cilindros e todo o equipamento necessário.
As saídas são feitas em parceria com o catamarã @AmazôniaAzulTur, que também oferece passeios para as piscinas naturais e bancos de areia em uma embarcação de duplo deck, com vista panorâmica. O percurso inclui duas paradas e tem duração de duas horas e meia. Custa R$ 40 por pessoa.
No caso da rota do pôr do sol, das 15h às 17h30, ainda há o plus da música ao vivo. A partir de janeiro, estão previstos luaus a bordo. Na pandemia, a embarcação reduziu a capacidade de 60 para 40 pessoas. No caso do mergulho, a higienização já rigorosa dos equipamentos agora é reforçada com spray de álcool 70%, para garantir diversão com responsabilidade.
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