Maior ídolo do futebol argentino e um dos maiores jogadores do mundo, Diego Maradona morreu aos 60 anos vítima de parada cardiorrespiratória na última quarta-feira. O ex-jogador apresentou ao longo da vida problemas de saúde, consumo elevado de álcool e cocaína. De acordo com o cardiologista Edgar Pessoa de Melo, a causa exata da morte não foi revelada, mas o histórico de Maradona pode ter agravado o quadro de anemia, desidratação e abstinência. Consequentemente resultou em arritmia e morte súbita.

Em entrevista à Rádio Jornal o especialista explicou o conjunto de fatores que podem ter levado a morte do ídolo argentino. "Nós morreremos um dia de parada cardíaca seguida de parada respiratória. O que levou Maradona a isso não está definido. Anemia, desidratação e abstinência leva ao quadro de desarrumação e ativação do sistema nervoso simpático, a adrenalina se eleva no sangue e em consequência da abstinência pode resultar em morte súbita", explicou.

Maradona precisou realizar no início do mês cirurgia para tratar uma hemorragia no cérebro. No pós-operatório ele apresentou quadro de anemia, desidratação e abstinência. Cerca de 15 dias depois, sofreu parada cardiorrespiratória e morreu.

O médico Edgar Pessoa de Melo disse que a morte não teve ligação com a cirurgia, mas destacou a importância de atividades físicas na prevenção de comorbidades. "Vejo com frequência pessoas idosas que antes iam ao consultório caminhando e hoje chegam em cadeira de rodas. Por causa da idade, o aumento de peso em decorrência do confinamento. Esses idosos ficam sem caminhar, perdem força nos membros inferiores, aumentam o peso e tornam incompatível com a força muscular das pernas. Perdem mobilidade", explicou o especialista.