Veja como identificar e evitar alergias alimentares causadas por frutas comuns

A alergia alimentar a frutas, especialmente em pessoas com sensibilidade ao látex, é uma condição que requer atenção e conhecimento

Publicado em 24/08/2024 às 8:00

Nos últimos anos, o aumento de casos de alergias alimentares tem despertado a atenção de especialistas. No Brasil, aproximadamente 6% das crianças e 3,5% dos adultos enfrentam algum tipo de alergia alimentar, segundo um estudo da Alergia Alimentar Brasil.

Essa condição é caracterizada por uma resposta imunológica específica a determinadas substâncias presentes em alimentos, bebidas ou aditivos alimentares.

Embora as alergias alimentares sejam comumente associadas a alimentos como leite, amendoim e frutos do mar, algumas frutas também podem desencadear reações alérgicas, principalmente em indivíduos com sensibilidade ao látex.

Vamos entender melhor as causas dessa alergia e como ela se relaciona com a síndrome látex-fruta.

Aumento das alergias alimentares e o impacto no sistema de saúde

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), o número de casos de alergias alimentares e intolerâncias tem crescido de forma significativa nos últimos 20 anos. Esse fenômeno é considerado epigenético, ou seja, influencia o material genético sem alterar a sequência do DNA.

Esse aumento é preocupante, pois pessoas com alergias alimentares frequentemente necessitam de atendimento emergencial devido a reações adversas, como manchas vermelhas, inchaço e coceira.

Em situações mais graves, a ingestão de alimentos alergênicos pode levar à anafilaxia, uma reação alérgica aguda que pode ser fatal.

Alimentos que mais causam alergias alimentares

Em países ocidentais, nove grupos alimentares são responsáveis por 90% das reações alérgicas: amendoim, leite, crustáceos, nozes, peixe, soja, trigo, ovo e gergelim.

Embora menos comuns, no Brasil, frutas específicas também estão associadas a alergias alimentares devido à biodiversidade do país.

Em especial, frutas com proteínas semelhantes às encontradas no látex da seringueira podem desencadear reações alérgicas, principalmente em indivíduos sensíveis ao látex.

frutas frescas variadas e juntas, como uvas, laranjas, bananas, maçãs e morangos
Até metade das pessoas alérgicas ao látex podem desenvolver alergia às frutas (Imagem: CHALERMCHAI99 | Shutterstock)

Síndrome látex-fruta

A síndrome látex-fruta é uma condição em que indivíduos alérgicos ao látex apresentam hipersensibilidade a determinadas frutas.

De acordo com a Dra. Gabriela Justamante Händel Schmitz, doutora em Ciências pela FCF-USP e especialista em alergia alimentar, entre 30% a 50% das pessoas alérgicas ao látex também reagem a frutas como abacate, mamão, maracujá, manga, banana, figo, melão, pêssego e kiwi, além de vegetais como tomate e batata.

"A heveína, uma proteína presente no látex, tem 50% de similaridade com as quitinases de algumas frutas como banana e abacate, o que pode desencadear reações cruzadas em pessoas alérgicas ao látex", explica a especialista.

Esse tipo de alergia pode causar desde sintomas leves, como coceira e inchaço, até reações graves, como anafilaxia.

Cuidados ao lidar com alergias alimentares a frutas

Para indivíduos com alergias alimentares, especialmente aqueles com risco de anafilaxia, é fundamental consultar um médico para identificar a condição e adotar medidas preventivas.

Ler os rótulos dos alimentos, evitar frutas com potencial de reação cruzada e estar atento aos primeiros sinais de alergia são passos essenciais para evitar complicações.

Caso ocorram sintomas como dificuldade para respirar, tontura ou inchaço no rosto ou garganta após a ingestão de alimentos, o recomendado é buscar atendimento médico imediatamente.

Nessas situações, acionar uma ambulância ou dirigir-se ao centro de saúde mais próximo pode salvar vidas.

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