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Escolha de José Padilha para dirigir série sobre de Marielle Franco é criticada nas redes sociais

Uma série idealizada por Antônia Pellegrino sobre a vida e a morte de Marielle Franco que irá ao ar em 2021 contará com a direção de José Padilha e esta escolha foi alvo de muitas críticas. Entenda o porquê:

Publicado em 09/03/2020 às 15:23 | Atualizado em 09/03/2020 às 15:24
Foto: Mídia Ninja/Reprodução
Os advogados de defesa encontraram falhas no pedido da então PGR Raquel Dodge para federalizar o caso Marielle - FOTO: Foto: Mídia Ninja/Reprodução

Desde que a Globoplay anunciou, na última sexta-feira (6), que está produzindo uma série sobre a vida e o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, a escolha do diretor vem sendo alvo de muitas críticas nas redes sociais. Idealizada por Antonia Pellegrino, que assina também o roteiro junto a George Moura, a produção será dirigida pelo polêmico José Padilha, conhecido mundialmente pelos filmes Tropa de Elite e Õnibus 174, e deve ir ao ar no próximo ano.

Além de sua carreira cinematográfica, Padilha dirigiu a série da Netflix O Mecanismo, em que retrata de forma ficcional os bastidores da Operação Lava-Jato, sendo acusado por muito internautas e críticos de romantizar figuras como do juiz Sérgio Moro, hoje ministro do governo Bolsonaro. Daí a polêmica da escolha de José Padilha para a série sobre Marielle, que era uma militante de esquerda, integrante do PSOL, que sempre apoiou causas das populações negra e LGBTs, enquanto o cineasta é tido como uma pessoa de posicionamento político de direita.

Antônia Pellegrino, que namora com o deputado federal pelo PSOL, Marcelo Freixo, justificou a escolha do diretor ao afirmar que o mesmo se arrependeu da visão dada ao seriado O Mecanismo. "Sou progressista e não-punitivista. Ele se arrependeu. As pessoas erram. E não acho que seja um erro suficiente para a gente cancelar uma pessoa", jutificou em entrevista ao jornalista do Uol, Maurício Stycer.

A roteirista disse ainda que chegou a considerar convidar um diretor negro para o projeto. "Se tivesse um Spike Lee, uma Ava DuVernay...", pontuou. Esta sua última frase foi tão criticada nas redes sociais que ela se tentou se retratar no último domingo (8), em seu perfil do Instagram.

"Sobre a frase infeliz: 'No Brasil não tem um Spike Lee'. O fato de não haver um Spike Lee no Brasil fala sobre o nosso racismo estrutural, e não sobre supremacia branca. Não tem uma Ava DuVernay no Brasil não porque não existam diretoras negras talentosas. Mas porque existe sim racismo estrutural. Abrir espaço para diretores, roteiristas, profissionais negros é um compromisso público que fizemos. E o julgamento de estarmos comprometidos em reproduzir racismo é muito precipitado."

Documentário nesta sexta (13)

Antes do projeto da série ficcional ser levado adiante, o Globoplay vai lançar nesta sexta-feira (13) um documentário dividido em seis episódios sobre a vida de Marielle Franco. O primeiro episódio de Marielle - O Documentário vai ser exibido na próxima quinta (12), na Globo, após o Big Brother Brasil.

Ao longo dos seis episódios, o documentário registra momentos da adolescência da vereadora e de quando o motorista descobriu que seria pai. Conta com entrevistas com os familiares das vítimas, policiais, jornalistas que cobriram o caso, procuradores e autoridades políticas.

"O conhecimento acumulado ao longo deste tempo sobre a história de Marielle e sobre o crime que a levou são enormes. E esse conhecimento foi o ponto de partida para as entrevistas. Quem assiste ao documentário, se emociona e se informa com a história da menina da Maré que chegou à Câmara de Vereadores, e descobre uma Marielle ainda desconhecida, que teve baile de debutante, foi rainha da primavera e frequentou baile funk", diz Ricardo Villela, diretor-executivo de Jornalismo da Globo.

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