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Em meio a crise do coronavírus, Woody Allen lança seu livro de memórias

Acusado de abuso e assédio sexual, o cineasta estava encontrando dificuldades para publicar a obra e conseguir financiamento para os seus filmes

João Rêgo
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João Rêgo
Publicado em 23/03/2020 às 14:53 | Atualizado em 23/03/2020 às 15:20
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Após ter financiamento de quatro filmes cancelado por acusações abusos, o cineasta Woody Allen agora enfrenta problemas para conseguir publicar livro - FOTO: Foto: AFP/Divulgação

Alvo de acusações de abuso e assédio sexual, Woody Allen vinha enfrentando dificuldades para publicar seu livro de memórias Apropos of Nothing, que teria sido recusado, à princípio, por sua editora original. Em meio a crise do coronavírus, nesta segunda-feira (23), o cineasta conseguiu lançar a obra pela Arcade Publishing.

"O livro é um relato pessoal sincero e abrangente de Woody Allen de sua vida", anunciou a editora, "desde sua infância no Brooklyn até sua aclamada carreira em cinema, teatro, televisão, comédia impressa e stand-up, além de explorar seus relacionamentos com a família e os amigos".

Com cerca de 400 páginas, Apropos of Nothing é uma extensão dos flashes autobiográficos dos filmes de Allen para a literatura. Através da ironia, o diretor narra seus casos de amor em Nova York, incluindo com as atrizes Diane Keaton (com quem fez o sucesso Annie Hall) e Mia Farrow.

Com esta última, Allen muda de tom. Se torna defensivo para tratar do principal turbilhão de problemáticas em que está envolvido. Principalmente nas alegações de que teria abusado da filha Dylan Farrow.

Ainda em meio a tudo isso, ele e Mia Farrow estavam separados quando Allen começou a namorar sua filha Soon-Yi Previn, mais de 30 anos mais nova que ele, no início dos anos 1990. 

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Na surdina

Em meio a crise do coronavírus, Allen lança seu livro na surdina e sem os holofotes de rejeição de antes. A editora da obra ainda não tomou uma decisão sobre o cineasta dar entrevistas.

Os detalhes financeiros de seu acordo com a Arcade não foram divulgados, nem se o livro seria lançado na Europa (onde vários editores já demonstraram interesse).

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