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Padre Fábio usa vídeo de Babu para se posicionar sobre o racismo do amigo Rodrigo Branco

"Rodrigo é um irmão que a vida me deu. Mas não assumo sua defesa. Não compactuo com o que ele disse", declarou padre Fábio de Melo em seu Instagram

Valentine Herold
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Valentine Herold
Publicado em 02/04/2020 às 17:36 | Atualizado em 02/04/2020 às 18:59
Foto: Instagram/@pefabiodemelo/Reprodução
Cantor religioso foi diagnosticado com a síndrome há dois anos - FOTO: Foto: Instagram/@pefabiodemelo/Reprodução

Um vídeo do ator Babu Santana, atual participante do Big Brother Brasil (BBB 20), viralizou nas redes sociais por sua didática explicação da origem do termo "negro" em conversa com algumas sisters esta semana. Internauta dinâmico, o padre Fábio de Melo compartilhou a fala de Babu em seu Instagram e se posicionou contra a postura de seu amigo Rodrigo Branco, empresário e ex-diretor da Band, que foi acusado de racismo recentemente.

Rodrigo chamou a BBB e médica Thelma Assis de "negra coitada" e disse que Maju Coutinho só cresceu no jornalismo por causa da cor. "Negro vem de "nigrum" [tenebroso e mau agouro, no latim clássico]. Se você pega "negro" no dicionário português, é o que não remete luz, funesto, sinistro. Para mim o certo é preto, como os americanos falam", disse Babu.

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"Quando o preto era escravizado, chamavam de negro, "inimigo". Ninguém na África aceita ser chamado de negro. Para religiões de matrizes africanas, palavra é poder. Se você [usa "negro"], você perpetua essa maldição", completou.

Diante da explicação, padre Fábio se pronunciou contra a postura de Rodrigo Branco e condenou as falas do amigo. "Em poucos minutos, [Babu] nos recordou que precisamos ressignificar o que dizemos. A mim sempre incomodou o simbólico negativo que atribuímos ao conceito de negro", disse.

"A sua fala me estarreceu. Eu não costumo colocar meu senso de justiça no bolso para defender os que amo. Quando tive um familiar preso por roubo, eu assumi a defesa de quem foi roubado. Rodrigo é um irmão que a vida me deu. Mas não assumo sua defesa. Não compactuo com o que ele disse", declarou. "Babu nos alerta para o racismo da linguagem. Ele tem razão. Precisamos de uma profunda mudança de mentalidade."

Padre Fábio destacou também que Thelma e Maju são "duas mulheres grandiosas" e que elas não cresceram na vida por serem "pretas", mas, sim, pela competência que possuem. "São porque são. Mas não podemos negar que o caminho para elas foi muito mais difícil do que para os que nascem sob o vergonhoso e infame privilégio da cor."

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