LITERATURA

Evento literário online organizado pela Fundaj terá 18 horas de duração e homenagem a Clarice Lispector

Festa Digital do Livro vai celebrar o centenário de Clarice Lispector e o gosto pela literatura de forma gratuita

Valentine Herold
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Valentine Herold
Publicado em 17/04/2020 às 17:07 | Atualizado em 17/04/2020 às 17:25
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No volume, acompanhamos por meio da reprodução de manuscritos a gênese de Macabea e os dilemas do escritor Rodrigo S. M - FOTO: Foto: Reprodução

Na próxima quinta-feira (23) comemora-se o Dia Internacional do Livro e Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) promove, online, um evento literário de 18 horas de duração. A Festa Digital do Livro vai homenagear a escritora Clarice Lispector, cujo centenário será celebrado em dezembro deste ano. Com início às 6h, a extensa programação de palestras, debates, entrevistas, recitais, filmes e programas de rádio e TV será transmitida através de uma live até meia noite.

E já que o dia é todo dedicado à literatura, até a escolha do tempo de duração do evento tem origem em um clássico: o escritor James Joyce, em Ulisses, leva seu personagem principal em uma viagem de 18 horas pela cidade de Dublin. A iniciativa é coordenada pela Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca).

Programação

Todas as atividades serão transmitidas no site flidfundaj.com.br e nas redes sociais da instituição (Instagram, Facebook, Twitter e YouTube). Na abertura, haverá leitura do poema Tecendo a Manhã, do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, amigo de Clarice Lispector, além da fala do presidente da Fundação, Antônio Campos, ao vivo na TV Fundaj, e da leitura do horóscopo e das principais manchetes de jornais do 10 de dezembro de 1920 (nascimento da homenageada) e programação musical trazendo canções do Recife nas décadas de 1920 e 1930.

Na sequência, a Festa Digital do Livro discute o tema O livro Didático no Brasil, com participação da agente literária Luciana Villas-Boas, que refletirá sobre a situação atual e o mercado editorial em "Melhor estar no negócio do livro do que no da aviação". A programação matutina chega ao fim com a leitura de "O mistério do coelho pensante" (1967), texto infantil escrito por Clarice Lispector após a provocação do filho sobre o porquê de escrever textos para adultos apenas.

À tarde, a jornalista e escritora Cláudia Nina vai palestrar a partir do tema "O pequeno mundo compartilhado - a subjetividade pulsante nas crônicas de Clarice". Cláudia também é autora do livro "A palavra usurpada: exílio e nomadismo na obra de Clarice Lispector". A crônica, aliás, é o objeto de análise da atividade seguinte, com o jornalista e escritor Marcelo Pereira, que irá responder a perguntas sobre o cronista pernambucano Antônio Maria e Lispector.

Outro participante do evento é o professor Lawrence Flores Pereira, doutor em Teoria da Literatura pela PUCRS. Ele vai realizar leitura de trechos da obra de William Shakespeare. Lawrence é um dos tradutores da obra do dramaturgo no Brasil. Para refletir a cultura judaica no País, a Cinemateca Pernambucana exibe "O Rochedo e a Estrela", de Katia Mesel. Ainda entre as palestras, o professor João Cezar de Castro Rocha abordará Shakespeare e Miguel de Cervantes dentro de uma perspectiva comparada.

A leitura de trechos do romance Dom Quixote, de Cervantes, pelo professor espanhol Ángel Espina Barrio e a entrevista ao escritor Lucilo Varejão Neto, presidente da Academia Pernambucana de Letras, encerra a programação vespertina. A Hora das Estrelas volta ao ar e, dentre os destaques da noite, também está a palestra "Por uma questão de justiça: modos de ler Clarice Lispector", com a professora da PUC-Rio Clarisse Fukelman. A palestrante reuniu publicações e adaptações da autora no Brasil e no exterior numa vasta pesquisa de mais de 30 anos.

A exibição do curta-metragem "Clandestina Felicidade", de Marcelo Gomes e Beto Normal, e a divulgação dos resultados dos concursos Claricem Imagens e Claricem Palavras integram o momento. Os ganhadores serão premiados com entradas grátis para os cinemas da Fundação ou fotobiografia da escritora.

O encerramento fica por conta da leitura das histórias de fantasmas compiladas no livro Assombrações do Recife (1955), clássico de Gilberto Freyre. Dentre as histórias, pontos da capital pernambucana, como a Cruz do Patrão, no porto do Recife, e lendas como O Papa-Figo.

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