LITERATURA

Revista Vacatussa chega em sua 18° edição celebrando a literatura em suas diversas formas

Se adaptando aos hábitos do novo normal, a 18° edição da revista acaba de ser lançada de forma virtual, com leitura online e possibilidade de download gratuito

Valentine Herold
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Valentine Herold
Publicado em 28/05/2020 às 16:42 | Atualizado em 28/05/2020 às 17:38
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Capa da 18° edição da revista literária Vacatussa - FOTO: Divulgação

O tempo é de muitos cuidados com questões relacionada à saúde e nem mesmo a mascote de um dos sólidos projetos literários pernambucano escapou do uso de máscara. É que ela carregam, em seu próprio nome, um dos sintomas mais temidos desta pandemia: Vacatussa. Se adaptando aos hábitos do novo normal, a 18° edição da revista acaba de ser lançada de forma virtual, com leitura online e possibilidade de download gratuito.

Além dos tradicionais textos literários, a revista publica pela primeira quadrinhos, uma conquista celebrada pelo editor Thiago Corrêa. Tainá Tamashiro, Matheus Asfora, Marcelo Corrêa e Tapiovsky (a.k.a o próprio Thiago) assinam as tirinhas desta edição. Apesar de ser um lançamento pensado durante e para a quarentena, não houve imposição de temática de conteúdo e cada autor teve a liberdade para falar sobre o quisesse.

Joana Rozowykwiat, Cristhiano Aguiar, Camilla Inojosa, Diogo Almeida e Nivaldo Tenório assinam os contos, enquanto Helder Herik (vencedor do Prêmio Pernambuco e Prêmio Cepe Nacional de Literatura), Tiago Germano (indicado ao Prêmio Jabuti com o livro Demônios domésticos) e André Duarte contribuíram com crônicas inéditas.

Artistas brasileiros que faleceram recentemente, como Moraes Moreira, também são homenageados. Vale ressaltar o trabalho de Leonardo Villa-Forte, escritor carioca, que resgata aqui o conto Feliz Ano Novo, do grande Rubem Fonseca, que morreu no último mês de abril. Leonardo reinterpretou o texto, com a difícil missão de se colocar no lugar dos censores que proibiram a publicação original em 1975. Para isso, ele reproduz o conto na íntegra, grifando de preto os trechos que podem ser interpretados a partir da acusação de "atentar contra a moral e os bons costumes."

Trajetória

A Vacatussa completa, em 2020, 16 anos de atuação na cena literária. Muito mudou nesse meio tempo, tanto no projeto da revista quanto na produção de livros no Brasil. "Quando o grupo surgiu, era a fase dos blogs, do surgimento de autores além da editoras tradicionais. Depois a Vacatussa aparece na onda da valorização da crítica, que houve junto com outras iniciativas. Também é reflexo das políticas públicas, do acesso aos editais de incentivo como o Funcultura, que possibilitou um retorno do projeto e uma ação mais contínua e, mais recentemente, no movimento de editoras independentes", pontua o editor Thiago Corrêa.

Ao longo dessas 18 edições, 128 autores já publicaram poemas, contos, crônicas e até letras de músicas. Mais recentemente, da revista nasceu o podcast Berrante, que conta até o momento com dois episódios. "Eu diria que é um projeto mutante, que procura manter seus ideais e a vontade de fazer literatura, e pra isso precisa se adaptar às possibilidades da época", ressalta Thiago. As edições anteriores o podcast podem ser conferidos no site www.vacatussa.com

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Trecho do trabalho de Leonardo Villa-Forte que resgata o conto Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca, sob o olhar dos censores que proibiram o texto em 1975 - Divulgação
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Tirinha da 18° edição da Vacatussa - Divulgação

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