Luto

Morre o escritor e jornalista Gilberto Dimenstein, aos 63 anos

Fundador do site Catraca Livre, ele lutava contra um câncer no pâncreas

Márcio Bastos
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Márcio Bastos
Publicado em 29/05/2020 às 11:07 | Atualizado em 29/05/2020 às 11:55
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Gilberto Dimenstein publicou livros como Meninas da Noite - FOTO: Twitter/Reprodução

O jornalista e escritor Gilberto Dimenstein faleceu nesta sexta-feira (29), aos 63 anos. Fundador do site Catraca Livre, ele passou por diversos veículos do país, como a Folha de São Paulo, onde atuou por mais de duas décadas. Dimenstein lutava contra um câncer no pâncreas, com metástase no fígado, diagnosticado no final de 2019, mas a causa da morte ainda não foi divulgada, segundo informações publicadas pela IstoÉ.

Nascido em São Paulo, em 1956, filho de um pernambucano de origem polonesa e de uma paraense de descendência marroquina, Gilberto Dimenstein se dedicou desde cedo ao jornalismo. Na Folha de São Paulo, onde atuou por 28 anos, foi repórter, correspondente internacional nos EUA, diretor de redação e colunista. Outros veículos pelos quais passou durante sua carreira foram Jornal do Brasil, Correio Braziliense, Última Hora e a revista Veja.

Entre os prêmios que recebeu durante a carreira estão o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, Prêmio Criança e Paz, da Unicef; três prêmios Esso e o Jabuti na categoria melhor livro de não-ficção por O Cidadão de Papel, em 1993, que toca em questões ligadas aos direitos das crianças e dos adolescentes na sociedade brasileira.

Dimenstein foi o fundador do site Catraca Livre. Em abril, em meio à pandemia do novo coronavírus, o jornalista anunciou que abriu mão de seus rendimentos no site para que seus funcionários não fossem prejudicados pela crise financeira que se anunciava.

Em entrevista concedida ao UOL, publicada em março, Gilberto Dimenstein disse ter ficado surpreso consigo ao não ter medo ao descobrir que estava com câncer e perceber os pequenos prazeres da vida a partir da mudança de perspectiva por conta da doença.

"Percebi que o meu maior medo não era a morte; era viver sem propósito. No meu caso especial, desde que eu era muito menino, eu tinha três distúrbios neurológicos que se misturavam: ansiedade, hiperatividade e distúrbio de atenção. Então, a vida para mim era uma coisa a jato", contou. "A coisa mais incrível desse meu processo é que o câncer me fez viver uma história de amor que eu pensava que eu jamais podia viver".

Colegas lamentam a morte de Dimenstein

Nas redes sociais, jornalistas de diversos veículos, como Vera Magalhães, Miriam Leitão e Carlos Andreazza, lamentaram a morte de Gilberto Dimenstein. Eles ressaltaram a importância do escritor para o jornalismo brasileiro e destacaram seu brilhantismo.

 

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