O jornalista e escritor Gilberto Dimenstein faleceu nesta sexta-feira (29), aos 63 anos. Fundador do site Catraca Livre, ele passou por diversos veículos do país, como a Folha de São Paulo, onde atuou por mais de duas décadas. Dimenstein lutava contra um câncer no pâncreas, com metástase no fígado, diagnosticado no final de 2019, mas a causa da morte ainda não foi divulgada, segundo informações publicadas pela IstoÉ.
Nascido em São Paulo, em 1956, filho de um pernambucano de origem polonesa e de uma paraense de descendência marroquina, Gilberto Dimenstein se dedicou desde cedo ao jornalismo. Na Folha de São Paulo, onde atuou por 28 anos, foi repórter, correspondente internacional nos EUA, diretor de redação e colunista. Outros veículos pelos quais passou durante sua carreira foram Jornal do Brasil, Correio Braziliense, Última Hora e a revista Veja.
Entre os prêmios que recebeu durante a carreira estão o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, Prêmio Criança e Paz, da Unicef; três prêmios Esso e o Jabuti na categoria melhor livro de não-ficção por O Cidadão de Papel, em 1993, que toca em questões ligadas aos direitos das crianças e dos adolescentes na sociedade brasileira.
Dimenstein foi o fundador do site Catraca Livre. Em abril, em meio à pandemia do novo coronavírus, o jornalista anunciou que abriu mão de seus rendimentos no site para que seus funcionários não fossem prejudicados pela crise financeira que se anunciava.
Sou fundador da Catraca Livre. Abri mão de 100% dos meus rendimentos para evitar demissão de funcionários. Não é heroísmo. Consigo viver muito bem com minha aposentadoria. Duro é viver sem é da companhia de profissionais dedicados e competentes, socialmente comprometidos. pic.twitter.com/E7mVtnnmKU
— Gilberto Dimenstein (@GDimenstein) April 17, 2020
Em entrevista concedida ao UOL, publicada em março, Gilberto Dimenstein disse ter ficado surpreso consigo ao não ter medo ao descobrir que estava com câncer e perceber os pequenos prazeres da vida a partir da mudança de perspectiva por conta da doença.
"Percebi que o meu maior medo não era a morte; era viver sem propósito. No meu caso especial, desde que eu era muito menino, eu tinha três distúrbios neurológicos que se misturavam: ansiedade, hiperatividade e distúrbio de atenção. Então, a vida para mim era uma coisa a jato", contou. "A coisa mais incrível desse meu processo é que o câncer me fez viver uma história de amor que eu pensava que eu jamais podia viver".
Colegas lamentam a morte de Dimenstein
Nas redes sociais, jornalistas de diversos veículos, como Vera Magalhães, Miriam Leitão e Carlos Andreazza, lamentaram a morte de Gilberto Dimenstein. Eles ressaltaram a importância do escritor para o jornalismo brasileiro e destacaram seu brilhantismo.
Morreu Gilberto Dimenstein. Uma perda imensa para o jornalismo brasileiro. Um homem íntegro, inspiração para minha geração, que lutou até o fim contra uma doença cruel. Que descanse em paz e que seus familiares e amigos encontrem conforto naquilo que acreditam e uns nos outros
— Vera Magalhães (@veramagalhaes) May 29, 2020
Morreu Gilberto Dimenstein. Não chegamos a nos encontrar, mas estivemos próximos, nos últimos meses, em função de livro - sobre sua experiência com o câncer, que enfrentava com bravura e bom humor - que preparava para mim, encomendado depois de lindo artigo que publicou na Folha.
— Carlos Andreazza (@andreazzaeditor) May 29, 2020
Gilberto Dimenstein, escritor, jornalista, ex-comentarista da CBN, ex-colunista da Folha e fundador do Catraca Livre, faleceu nesta sexta-feira
— Negrisoli (@lucasnegrisoli) May 29, 2020
Ele lutava contra um câncer há alguns anos, mas não foi informada a causa da morte
Grande perda para o jornalismo pic.twitter.com/YpRsLay34I
A perda de Gilberto Dimenstein é gigante para o jornalismo. Ele revolucionou a forma de fazer o nosso ofício. Fez sucesso muito jovem, sempre foi um inteligente analista da vida nacional. Depois foi abrir novas fronteiras como o @catracalivre. Saudades imensas de @GDimenstein
— Míriam Leitão (@miriamleitao) May 29, 2020
Morreu o jornalista Gilberto Dimenstein. Tivemos algumas vezes juntos. Nunca fomos amigos e nem inimigos. Mas o texto dele falando sobre o câncer publicado na Folha me emocionou muito e ele se mostrou maior do que eu o via. Que siga em paz!
— Renato Rovai (@renato_rovai) May 29, 2020
triste com a partida de gilberto dimenstein, um ícone da minha geração e um amigo. foi ele quem me apresentou a @blogdojosias. os dois foram responsáveis por abrir as portas da folha para mim.
— cynara menezes (@cynaramenezes) May 29, 2020
gilberto mostrou enorme dignidade diante da doença. um ser humano honrado até o fim ????
#RIP Gilberto Dimenstein. Sua contribuição ao jornalismo e ao país é inestimável. https://t.co/q1ZHD3ykx7
— ????Mônica Waldvogel (@MonicaWaldvogel) May 29, 2020
Morreu Gilberto Dimenstein. Mais do que um jornalista que foi exemplo para minha geração, ele era uma força transformadora que tornou o mundo um lugar melhor. Mesmo doente, cismava em construir pontes. “A mudança começa pela gente”, me lembrou. Cara, você vai fazer muita falta.
— Leonardo Sakamoto (@blogdosakamoto) May 29, 2020
A morte de Gilberto Dimenstein é um dia triste para o jornalismo brasileiro.
— Quebrando o Tabu (@QuebrandoOTabu) May 29, 2020
Perder um jornalista que sempre falou de direitos humanos é muito triste, especialmente em tempos como os de hoje.
Nossos sentimentos aos familiares e amigos.
Descanse em paz, Gilberto.
Esta sexta começa ainda mais triste. Dimenstein se foi. Que Deus possa confortar sua família e seus amigos.
— Natuza Nery (@NatuzaNery) May 29, 2020
Em dezembro, ele escreveu este incrível texto ????
‘Aquele Gilberto Dimenstein de antes do câncer morreu' - 30/12/2019 - Equilíbrio e Saúde - Folha https://t.co/b5lACdfsom
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