Após ser retirado da plataforma de streaming HBO Max há alguns dias, o drama épico E o Vento Levou retornou ao catálogo do serviço. O filme de 1939 é alvo de uma discussão sobre representações raciais desde seu lançamento, questão levantada mais uma vez em meio aos protestos que eclodiram nas últimas semanas no Estados Unidos. A produção agora volta acompanhada de dois vídeos com discussões sobre seu contexto racista e o mundo na época de seu lançamento.
O primeiro vídeo traz a professora de cinema Jacqueline Stewart, especialista na história afro-americana do cinema dos Estados Unidos, discutindo sobre o porquê de se precisar assistir ao filme em sua forma original, de maneira contextualizada e discutida. Já o outro vídeo é o registro de uma painel de discussões batizado de "O Complicado Legado de E o Vento Levou", realizado em 2019 no festival TCM Classic Film.
O caso
O título foi retirado do catálogo da HBO Max, serviço de streaming recém-inaugurado da Warner Bros, no dia 9 de junho, após algumas manifestações. Uma delas foi a do escritor John Ridley, autor de 12 Anos de Escravidão, responsável por uma publicação no jornal Los Angeles Times contra a presença do filme no serviço. Essa contestação ganha uma grande dimensão em meio ao levantes impulsionados por manifestações de cunho racial que tomam o país.
Em um comunicado, a plataforma afirmou que o filme era "um produto de seu tempo e contém alguns dos preconceitos étnicos e raciais que, infelizmente, têm sido comuns na sociedade americana. Estas representações racistas estavam erradas na época e estão erradas hoje, sentimos que manter esse título disponível sem uma explicação e uma denúncia dessas representações seria irresponsável". Ainda assim, o título alcançou o primeiro lugar na lista dos mais vendidos do site Amazon.
A empresa aponta que o filme retornará ao catálogo acompanhado de uma discussão sobre seu contexto histórico. O filme se passa no antes, durante e depois da Guerra da Secessão (1861-1865), sendo majoritariamente ambientada no sul escravocrata. Entre suas grandes problemáticas estão a representação estereotipada e esvaziada dos negros e a suavização da escravidão, em que seus principais flagelados são obedientes e felizes.
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