A sede da Cia Maravilhas, espaço alternativo de artes cênicas no bairro da Boa Vista, pode até estar com as portas fechadas por conta da pandemia, mas nem por isso paralisou suas atividades. Para contornar as dificuldades impostas pelo coronavírus, os artistas têm desenvolvido atividades online, entre elas a retomada do projeto Teatro de Quinta, que ganha mais uma sessão dia 18 de junho, às 20h.
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Enfrentar adversidades não é novidade para Márcia Cruz e a Cia Maravilhas. Diante dos entraves para acessar as pautas dos teatros tradicionais da cidade, em 2013, a atriz decidiu levar a cena para casa e transformar a sala em seu palco. Dessa iniciativa de continuar produzindo nasceu o Teatro de Quinta, projeto que me 2014 foi selecionado pelo Prêmio Brasil Criativo, do então existente Ministério da Cultura.
A ideia da iniciativa era teatralizar obras da literatura, fortalecendo o intercâmbio entre linguagens. Diante desse novo contexto, Márcia adaptou o Teatro de Quinta para o campo virtual, com transmissões ao vivo através do Instagram (@casamaravilhas). Hoje, a atriz encena Vulvas de Quem?, texto de baseado no livro Das Tripas Coração, de Ezter Liu. A direção é de Cira Ramos.
"Estamos nos adaptando a esse novo formato. Se é teatro mesmo, eu não sei, porque falta o encontro presencial. Ao mesmo tempo, é o meu teatro possível e esta tem sido minha metodologia: se alguma coisa me impede de fazer teatro, vou buscar alternativas. Nessa busca por compreender as novas ferramentas, estamos sempre tentando trazer os códigos da linguagem, a teatralidade", explica Márcia.
Esta é a segunda apresentação do projeto no formato virtual. A primeira aconteceu com Paulo de Pontes interpretando um texto de Alexsandro Souto Maior, com direção de Quiercles Santana. Na próxima quinta-feira (25), Alexandre Sampaio monta Brabeza Nata, escrito por Luiz Felipe Botelho e com direção de Cláudio Lira.
O projeto integra as ações emergenciais para manutenção da Casas Maravilhas, que desde o início da pandemia. O público pode fazer contribuições através de transferência para a conta da companhia, cujas infirmações estão disponíveis nas redes sociais.
Márcia reforça que é difícil saber como ficará a situação dos espaços alternativos após a pandemia. Em relação à Casa Maravilhas, os artistas conseguiram amenizar a situação após uma campanha colaborativa cujo resultado tornou possível quitar o aluguel por alguns meses.
"Antes da pandemia, estávamos em um bom momento. Mas, com a paralisação das atividades, suspendemos os cursos e as ações previstas, como retorno de temporada de espetáculos, por exemplo. É um momento difícil, mas sinto que os gestores de espaços culturais têm se articulado. Em uma das lives que participei, surgiu a proposta de criar uma rede com os gestores e, desde então, estou tendo contato com vários grupos, inclusive do interior, e juntos nos fortalecemos", enfatiza.
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