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Mostra online traz quatro fortes filmes do cinema brasileiro contemporâneo

Realizada pelo instituto Itaú Cultural, a mostra Brasil Agora! traz sensíveis produções de Pernambuco, Minas Gerais, Ceará e Tocantins a partir deste sábado (18)

Rostand Tiago
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Rostand Tiago
Publicado em 16/07/2020 às 11:30 | Atualizado em 16/07/2020 às 11:30
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O CEARENSE 'INFERNINHO' É UM DOS LONGAS PRESENTES NA MOSTRA - FOTO: DIVULGAÇÃO

O Instituto Itaú Cultural continua sua empreitada de mostras de cinema online e, a partir deste sábado, traz uma das mais empolgantes, com filmes sintomáticos da sensibilidade apurada que o cinema nacional atual tem. Batizada de Brasil Agora!, a iniciativa conta com quatro filmes, vindos de Pernambuco, Minas Gerais, Ceará e Tocantins, peças importantes da produção nacional dos últimos cinco anos e que ficarão disponíveis até 1º de agosto.

Os representantes são: Arábia (Affonso Uchoa e João Dumans), Azougue Nazaré (Tiago Melo), Inferninho (Guto Parente e Pedro Diógenes) e Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos (João Salaviza e Renée Nader Messora), lançados entre 2017 e 2018. Eles poderão ser acessados em www.itaucultural.org.br.

O primeiro é uma grande exemplar do prolífico cinema mineiro da atualidade, narrando a jornada de um trabalhador desgarrado rondando os rincões rurais e industriais do interior em busca de sobrevivência e significado. Arábia é marcado pela presença densa de Aristides de Sousa, ator descoberto na periferia de Contagem protagonizando seu segundo filme, em uma performance magnética e poderosa.

Já o cearense Inferninho, vencedor do Janela Internacional de Cinema 2018, traz uma mistura de cinema de gênero, surrealismo e ternura que vem das beiradas do mundo. Em um bar, figuras dissidentes se reúnem e encontram acolhimento no estabelecimento comandado por Deusimar. A anfitriã do espaço se vê abalada por uma paixão que surge com a chegada de um marinheiro misterioso. Inferninho respira um clima tão próprio, carregando melancolia e respiros, além de vislumbres de liberdade e afetos.

Pernambuco é representado por Azougue Nazaré, de Tiago Melo. É um filme constrói tensões e libertações no coração da Zona da Mata. Tiago encena choques culturais em um ambiente que respira misiticismo e ritualismos como arma de resistência, tendo o Maracatu Rural como uma delas. O filme foi rodado em Nazaré da Mata entre 2014 e 2016 e teve sua estreia no ano passado, contando com um trabalho intenso e premiado de Valmir do Coco como um de seus protagonistas.

Já Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos rodou o mundo com sua sensibilidade com uma narrativa ligada à vida indígena contemporânea, em especial os da Aldeia Pedra Branca, na Terra Indígena Krahô. É um filme também pautado por choques entre culturas, em uma narrativa conduzida por um jovem que foge de sua terra e vai viver em um centro urbano. O trabalho da dupla Joao Salaviza e Renee Nader Messora conquistou prêmios em Cannes, Lima, Mar del Plata e Rio de Janeiro.

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