Falecimento

Morre Alan Parker, diretor de 'The Wall' e 'Fama', aos 76 anos

O diretor britânico Alan Parker é dono de uma carreira versátil e de forte veia musical, trabalhando com nomes como Pink Floyd e Madonna

Rostand Tiago
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Rostand Tiago
Publicado em 31/07/2020 às 16:46 | Atualizado em 31/07/2020 às 16:47
CARL COURT/AFP
VOCAÇÃO Alan Parker iniciou na publicidade e passou para o cinema - FOTO: CARL COURT/AFP

Ao deixar o mundo nesta sexta-feira aos 76 anos, o cineasta Alan Parker também deixa uma filmografia que, mesmo sendo lembrada por uma forte verve musical, é pautada por uma versatilidade temática e estilística na qual poucos diretores tiveram sucesso. Fama, Evita, Mississipi em Chamas, O Expresso da Meia-Noite, The Wall, basta citar algumas de suas principais obras que a dimensão de seu ecletismo aparece. A morte de Parker foi confirmada pelo British Film Institute, instituição na qual foi diretor no final dos anos 1990. A causa da morte foi uma doença crônica não revelada.

Seus caminhos começam na publicidade, onde estabeleceu os primeiros contatos que levaria para sua carreira cinematográfica, como o produtor David Putnam, que o estimulou a escrever o roteiro de seu primeiro filme, Melody: Quando brota o amor. Nesse começo, dirigiu uma série de comerciais para televisão, considerando a produção publicitária como sua primeira escola de cinema.

Na metade dos anos 1970, começa a ganhar notoriedade ao dirigir telefilmes para a BBC, já conquistando reconhecimento e prêmios. No mesmo período, faz sua estreia nas telonas com Bugsy Malone: Quando as Metralhadoras Cospem, uma paródia dos filmes de gangsteres norte-americano protagonizado por crianças, incluindo uma jovem Jodie Foster. Era também a estreia de suas inclinações musicais e a abertura das portas para Hollywood.

Em solo norte-americano, Parker carimbou uma sequência de títulos que alcançaram grandes níveis de popularidade e relevância. Primeiro com O Expresso da Meia-Noite (1978), drama sobre um jovem estudante preso na Turquia, conquistando dois Oscar e uma alta bilheteria. Em seguida, veio Fama, seu projeto mais ambicioso e caro até então. O musical explora os dramas de um grupo de adolescentes de uma escola de artes de Nova York, firmou de vez a desenvoltura do diretor em trabalhar com música em seus filmes. Pouco depois vem The Wall, emblemática adaptação do disco de mesmo nome do Pink Floyd, dona de um fluxo imagético-sonoro celebrado até hoje.

A banda inglesa não encerra as grandes parcerias musicais do cinema de Parker, que também já havia trabalhado anteriormente com Giorgio Moroder. Em 1996, filma Evita, trazendo Madonna para dar vida à Eva Perón, imortalizando canções como Don't Cry for Me Argentina e You Must Love Me. Alguns anos antes, havia filmado outro destaque de sua carreira, Mississippi em Chamas, thriller investigativo sobre o assassinato de ativistas dos movimentos de direitos civis. Ao todo, foram 17 longas de diversos gêneros, conquistando prêmios e o título de Sir pelo Império Britânico.

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