CULTURA PERNAMBUCANA

Agenda Cultural do Recife celebra 25 anos com debates sobre o fazer cultural

Manoel Constantino, editor da publicação desde sua primeira edição, inicia nesta quinta (13) uma série de lives

Valentine Herold
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Valentine Herold
Publicado em 11/08/2020 às 16:57
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Agenda Cultural do Recife foi lançada em 1995 e seguiu até 2015 com sua edição impressa - FOTO: DIVULGAÇÃO

Este mês de agosto marca os 25 anos da Agenda Cultural do Recife, projeto que nasceu gráfico e vive hoje exclusivamente de maneira digital com o objetivo de divulgar as atividades culturais que acontecem na capital pernambucana e falar de seus artistas e produtores. Para celebrar esse aniversário, Manoel Costantino, que está à frente da Agenda desde sua primeira edição, inicia nesta quinta (13) uma programação de três lives transmitidas no perfil Instagram da Agenda Cultural (@agendaculturaldorecife_), sempre às 16h.

Para a estreia, Manoel convidou o poeta Edgar Diz, o escritor e ator Luciano Pontes e a contadora de histórias Bruna Peixoto para debater acerca do tema A Cultura e as Crianças. A segunda live, Cultura: Ferramenta da Cidadania, acontece no próximo dia 20 com a bailarina e coreógrafa Mônica Lira, o cineasta Camilo Cavalcanti e o dono do Bar Teatro Mamulengo, Carlos Moura. Encerrando a comemoração, dia 27, Maestro Forró, o poeta Felipe Júnior e a atriz Márcia Cruz discutem a cultural a partir da perspectiva de Um Caminho Poético De e Para a Liberdade.

"A Agenda Cultural do Recife é um projeto muito bonito do qual tenho muito orgulho. A ideia sempre foi que ela fosse distribuída gratuitamente. Era uma revista que pertencia a todos e todas que acreditavam que a cultura é a nossa moeda mais valorosa, pois nos identifica como povo, com suas singularidades, crenças, paixão e fé", aponta Manoel. "O sentimento de missão cumprida e a certeza de que ainda temos muito a fazer para alavancar os nossos artistas ao mais alto patamar do reconhecimento de seus talentos, nos impulsiona."

É realmente difícil encontrar alguém que tenha circulado pela efervescente vida cultural recifense entre 1995 e 2015 sem ter consultado a revista mensal que listava, dividindo por linguagem artística, os eventos da cidade além de trazer matérias, entrevistas e fotografias da cena. As primeiras edições ainda eram tímidas em termos de tiragem, apenas 3 mil exemplares.

Rapidamente a Agenda foi ganhando público e a necessidade de estar presente em cada vez mais ambientes surgiu, passando para uma tiragem de 10 mil livretos. Durante o período de Carnaval já era de lei: 30 mil exemplares da Agenda Cultural do Recife circulavam pela cidade. Mas após duas décadas de atividade a Prefeitura do Recife anunciou que, por falta de recursos financeiros, não haveria mais edição física do projeto. Inicialmente a interrupção seria temporária e um abaixo-assinado chegou a ser criado pela classe artística em 2016 pedindo a volta da Agenda, mas até hoje a iniciativa permanece exclusivamente digital, através do blog criado em 2011.

Memória da cidade

Muito mais do que uma listagem mensal dos eventos culturais do Recife, a Agenda cumpriu um importante papel de registro histórico do que se produzia artisticamente na cidade. Não havia espaço apenas para os grandes acontecimentos, apresentações autorais, encontros de clubes de leitura e exposições de artistas estreantes também estavam presentes no livreto mensal, além de perfis, entrevistas e muitas fotografias.

"Em 1994 o então presidente da Fundação de Cultura do recife, Raul Henry, e o prefeito, Jarbas Vasconcellos, fizeram uma viagem à Espanha e lá havia já um roteiro turístico impresso que circulava. Voltaram com essa ideia mas eu propus que focássemos apenas na cena cultural porque há existia um roteiro voltado para o turismo em funcionamento. Acreditava no potencial do Recife a partir dessa veia que Pernambuco tem há tanto tempo como grande contribuidor na formulação de propostas artísticas no Brasil", aponta Manoel. "Ao longo desses anos acabamos sendo exemplo para outras cidades, como Brasília e Rio de Janeiro, e até para o Sesc, para a criação de suas agendas."

A equipe de Manoel Constantino chegou a ser formada por jornalistas, fotógrafos e designers. Atualmente, duas repórteres alimentam o blog junto ao editor. "Hoje, funcionando só virtualmente, conseguimos até atingir outros patamares de público. Temos um bom alcance, recentemente computamos 175 mil visitas em um mês. Sei que, neste contexto da pandemia, a arte alivia muitas tensões e seguimos divulgando a programação virtual cultural produzida por artistas pernambucanos."

 

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Agenda Cultural do Recife foi lançada em 1995 e seguiu até 2015 com sua edição impressa - DIVULGAÇÃO
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Agenda Cultural do Recife foi lançada em 1995 e seguiu até 2015 com sua edição impressa - DIVULGAÇÃO
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Agenda Cultural do Recife foi lançada em 1995 e seguiu até 2015 com sua edição impressa - DIVULGAÇÃO

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