O cantor Romero Ferro lança o seu sexto clipe e single do álbum #Ferro nesta quinta (01). As questões contemporâneas, das fake news à ditadura da beleza, passando pela emergência do conservadorismo no mundo, são temáticas presentes.
FAKE inspirou uma narrativa que é uma profusão de referências, que transpira sentimentos como angústia, ansiedade, insegurança, medo de não sermos aceitos, de viramos fantoches. A dinâmica é a mesma das redes sociais, com uma quantidade inesgotável de informações que não somos capazes de absorver.
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As colagens de Luiza Nunes e as animações de Zé Diniz são a base dessa narrativa imagética, capaz de explorar as diversas camadas possíveis do termo “fake”.
Com direção de Thiago França (o mesmo que assinou o clipe de Love Por Você), a partir de um roteiro elaborado em parceria com o cantor pop, o vídeo foi gravado durante este período de pandemia, por uma equipe reduzida, atendendo aos cuidados exigidos no momento.
Carol Silveira fez figurino e direção de arte, essa última com Luiza Nunes. O diretor de fotografia das cenas filmadas é Nido e o montador, uma figura que assumiu um papel ainda mais fundamental diante da narrativa do clipe, Rodrigo Guilherme.
Romero Ferro assume a direção criativa do clipe. “Romero é um criador nato. É bonito ver como ele se envolve e se doa nos processos. Ele chega com uma ideia e vamos construindo uma estrutura juntos, buscando referências, é uma verdadeira parceria em cada mínima etapa do processo, do figurino à direção!”, conta Thiago França.
FAKE é o 10º clipe da carreira de Romero; o cantor sempre gostou de pensar a relação entre música e audiovisual.
Quando o álbum #Ferro foi lançado, não havia a pretensão de lançar FAKE como single.
“A música se impôs diante de tudo que tem acontecido no cenário mundial”, atesta Romero Ferro. A canção foi composta pelo artista em colaboração com o produtor musical do disco, Leo D, que é também tecladista da Mundo Livre S/A. Foi uma resposta artística do cantor pernambucano a Let´s Dance, de David Bowie. “Pensamos nas relações, nos sentimentos e nas vidas líquidas que levamos. Na repercussão da internet e das redes sociais na nossa realidade. O que é mesmo real? Quem é mesmo de verdade?”, questiona.
O clipe mergulha na metalinguagem, utilizando a sátira para expor as estruturas falidas de poder. Ferro vira um personagem atolado neste universo caótico da pós-verdade.
O exagero e a tentativa de abarcar a profusão de questões faziam parte da proposta de Romero Ferro: “Política, relações humanas, poder, status, cenas digitais, tudo está em FAKE! No fim das contas, é sobre as nossas narrativas, as nossas verdades, a nossa estrutura, e como tudo isso é construído”.
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