EXPOSIÇÃO

Antropocenas ocupa o Mepe

João Rêgo
Cadastrado por
João Rêgo
Publicado em 19/11/2020 às 2:00
TERESA MAIA/DIVULGAÇÃO
TEMPO E ESPAÇO Trabalhos exploram sombra, luz e volume - FOTO: TERESA MAIA/DIVULGAÇÃO
Leitura:

O Museu do Estado de Pernambuco recebe sua primeira exposição em 2020, a Antropocenas, dos artistas Isabela Cribari, Thina Cunha e Silvio Zancheti, com curadoria de Filipe Campello.

"O título da exposição é uma alusão ao conceito de antropoceno, utilizado por alguns teóricos para descrever a era mais recente do planeta terra: um ponto minúsculo na vastidão geológica que pode tanto ter se iniciado com o surgimento do homo sapiens, como pode também ser situado a partir da revolução industrial, quando nós, humanos, passamos a mistificar e direcionar um sentido de progresso em rota de colisão com a sobrevivência em nosso planeta", explica Campello, professor de Filosofia da UFPE.

Reunindo trabalhos de artistas distintos, mas interseccionados, Antropocenas propõe esforços contínuos de tradução de novos recortes de tempo e espaço, onde a sombra só existe enquanto houver luz.

Isabela Cribari explora a subjetividade, com peças que carregam o título "claríssima escuridão". A organização das obras remete uma ideia de materialidade própria no objetivo de transceder a própria imagem. A inspiração da artista foi a escritora Clarice Lispector, que completa 100 anos em 2020. "[Ela] falava de sua escuridão, de suas alterações ´luminosas´ até do breu completo da existência, quando não escrevia. Percebo esta mudança de luminosidade nas pessoas e não acredito na fixidez de nada; as luzes mudam", ela explica.

Já Silvio Zancheti concebe um registro de contínua tradução com costura afetiva da memória. Na exposição, ele traz o resultado da sua experiência numa viagem em que por 40 dias conviveu com os Kamayurás no parque nacional do Xingu. Suas obras dialogam com os formatos de pinturas e esculturas geométricas.

Por último, junto aos dois artistas, Thina Cunha expõe Nuvem, trazendo um pêndulo semiesférico, cuja textura lembra a de um recife de corais.

Antropocenas fica no Mepe até 20 de dezembro. Visitações com entrada gratuita e agendamento prévio, seguindo os protocolos do museu.

 

Comentários

Últimas notícias