ESTREIA

Choque de Cultura estreia temporada sobre cinema nacional nesta sexta-feira

Exibido agora no Canal Brasil, o programa comandado pelos pilotos de van começa suas atividades na nova casa às 21h45

Rostand Tiago
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Rostand Tiago
Publicado em 04/12/2020 às 11:27 | Atualizado em 04/12/2020 às 11:41
DAVID BENINCÁ/DIVULGAÇÃO
QUARTETO Raul Chequer, Leandro Ramos, Caito Mainier e Daniel Furlan voltam a encarnar os personagens criados pela TV Quase em 2016 - FOTO: DAVID BENINCÁ/DIVULGAÇÃO

Após circular por um canal de cultura pop e pelas tardes de domingo da TV Globo, os pilotos do Choque de Cultura se preparam para estacionar no Canal Brasil, agora trazendo suas reflexões para o campo do cinema nacional. O programa humorístico criado pela TV Quase em 2016 estreia sua próxima temporada nesta sexta-feira, às 21h45, trazendo Rogerinho do Ingá (Caito Mainier), Julinho da Van (Leandro Ramos), Maurílio dos Anjos (Raul Chequer) e Renan (Daniel Furlan) em uma pausa no trabalho com “transporte alternativo” para voltar ao ofício que os levaram ao estrelato, o de crítico de cinema. Os episódios começam a entrar no YouTube a partir do dia 17. 

Os quatro atores e roteiristas participaram de coletivas e entrevistas nesta semana para falar sobre o novo ano da atração. Eles retornam em sua estrutura tradicional, com os quatro motoristas discutindo às obras com olhares carregados por um absurdo que parece se aproximar cada vez mais da normalidade. Mas agora os objetos do debate deixam de ser os blockbusters que estreiam na semana ou que são exibidos nas tardes de domingo da TV aberta. É a vez Kleber Mendonça Filho, Glauber Rocha, José Padilha, Trapalhões, além de uma nova premiação, o Gurgel de Prata, totalmente voltada para a produção local.

“Falamos de filme que tinham muito alcance, de muito sucesso, como Tropa de Elite, Cidade de Deus, o próprio Central do Brasil. Também filmes recentes, como o Bacurau, achamos que valia a pena por ser um filme emblemático. E alguns filmes que achamos que tinham a ver com a temporada, não é possível falar de cinema brasileiro sem falar de Glauber Rocha, queríamos ver como os pilotos reagiriam a obra dele”, explica Caíto Mainier, sobre a curadoria deste ano. Na trama desta temporada, Maurílio tenta emplacar um programa só seu voltado ao cinema brasileiro, batizado de Maurílio em Transe, criado no almoxarifado do Canal Brasil, mas acaba tendo que compartilhá-lo com seus colegas de trânsito e crítica.

E as passagens por diferentes meios também conta com diferentes formatos. No dia do Oscar, a equipe costuma fazer uma live de cobertura com mais de 4 horas sem interrupção e com todos dentro dos personagens. Já em seu segundo ano na Globo, eles trouxeram um falso programa de auditório nas tardes de domingo, com uma plateia de idosos e uma disputa pela direção do sindicato da categoria. As reflexões dos pilotos também ganharam as páginas de um livro, lançado no ano passado.

"A gente tem muita vontade de fazer uma série de ficção da vida dos pilotos fora do programa, de fazer um longa. Só que são projetos que demandam um pouco mais de tempo e trabalho, não é algo tão simples como pensar uma temporada do Choque. A gente ama essa coisa de expandir o universo dos personagens do Choque”, elabora Leandro Ramos, sobre essa vontade constante de sempre estar experimentando a partir das sólidas bases já bem fincadas pelo programa.

Velhos e novos admiradores

Essas mudanças também acabam se refletindo em novos públicos que vão surgindo por esses diferentes caminhos que o Choque de Cultura vem tomando. Há os admiradores fiéis que vão migrando para cada novo canal que a atração é exibida, mas que se somam aos que estão entrando em contato pela primeira vez a partir dessas transições. "Começamos com um público muito jovem, do Omelete, mas na própria internet vimos isso se expandindo, com pessoas de 40 anos falando sobre. Quando fomos para a TV aberta, eu senti que a coisa explodiu de um jeito, de ser abordado na rua por idosos e por pessoas que não tem internet”, relata Raul Chequer.

Agora, com seu público sólido e suas opiniões sobre cinema, vida cotidiana e Brasil, que cada vez é mais difícil de serem dissociadas uma da outra, talvez traga um efeito positivo de novos olhares para a produção brasileira, que vive seu momento mais delicado dos últimos 30 anos.

"O Choque estourou falando dos filmes em lançamento. Esses blockbusters não precisam do programa para levar alguém ao cinema. Por outro lado, tinham discussões que rolavam com os vídeos, os memes, que eram interessantes, por mal ou bem, faziam os filmes permanecerem um tempo na rede. Isso pode acontecer agora, não é uma pretensão nossa, nossa contribuição é fazer divertido e engraçado, mas voltar a falar de filmes brasileiros é possível motivar alguém a procurar saber mais, um efeito colateral positivo", conclui Caito.

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