Se 2020 foi o ano dos streamings, podemos considerá-lo também como um marco para os podcasts. Algo que já vinha sendo anunciado um ano atrás pelos relatórios financeiros do Spotify — atualmente, a principal plataforma de streaming de áudio no mundo.
Para se ter uma ideia, em 2019, o Spotify teve um aumento de 31% de usuários mensais ativos, atingindo a marca de 271 milhões. Quem acompanhou o layout do aplicativo ao longo do caminho, pode atestar um dos principais motivos para o crescimento: a empresa começou a investir em podcasts, criando uma área que dividia o produto das seleções musicais.
De acordo com a gigante, no terceiro trimestre de 2019, cerca de 14% de sua base de usuários ouviram a algum podcast pela plataforma. O número subiu para 16% no trimestre seguinte, totalizando cerca de 200% de aumento nas horas dedicadas totalmente à escuta desse formato.
Um dos resultados desse fenômeno foi o crescimento de usuários do Spotify Premium — correlacionando o aumento dos ouvintes de podcasts às assinaturas pagas, que são grande parte da arrecadação da empresa.
NO BRASIL
Toda essa onda fez de 2020 um ano especial para os podcasts. No primeiro trimestre, o Spotify ultrapassou a marca de 1 milhão de produtos deste tipo.
Mesmo com uma diminuição nos ganhos de usuários, a empresa viu subir a receita oriunda desse produto. Com quase 2 milhões de programas disponíveis na plataforma, no terceiro trimestre de 2020, 22% dos usuários globais do Spotify ouviram pelo menos um podcast, mantendo os números que já haviam sido registrados no período anterior.
No Brasil, ao que parece, o fenômeno veio para ficar. No ano passado, um relatório da Voxnest nos definiu como o "País do Podcast" (o segundo que mais consome o formato atrás apenas dos EUA). Em 2020, já somos o mercado de criação de conteúdo que mais cresce no mundo.
Segundo o Ibope, 50 milhões de brasileiros já ouviram podcasts, o que é cerca de 40% dos 120 milhões de internautas do País.
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