MÚSICA

Banda Cheap Trick mantém o fôlego em seu 20º álbum, 'In Another World'

Grupo de rock estadunidense é um dos recordistas em número de apresentações ao vivo

Márcio Bastos
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Márcio Bastos
Publicado em 29/03/2021 às 11:34 | Atualizado em 12/04/2023 às 9:50
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LONGEVIDADE Roqueiros americanos já fizeram mais de 3.700 mil shows - FOTO: DIVULGAÇÃO

A banda de rock Cheap Trick, membro do Hall da Fama do Rock'n'Roll, é um fenômeno que atravessa gerações, mantendo sua essência ao mesmo tempo em que se renova e dialoga com os tempos. Há 50 anos em atividade, os roqueiros americanos lançam na próxima sexta-feira, 4 de abril, In Another World (BMG), seu 20º álbum de estúdio, com canções gravadas antes da pandemia, mas que ganham novos contornos diante da situação mundial.

Fundada em 1974, a banda é atualmente composta por Robin Zander (voz, guitarra base), Rick Nielsen (guiatta), Tom Petersson (baixo) e Daxx Nielsen (bateria) e coleciona feitos grandiosos na carreira. Os veteranos têm gosto pela estrada e a pandemia marcou o período mais longo fora dos palcos: a Cheap Trick é considerada a recordista em número de shows, tendo se apresentado mais de 3.700 vezes.

"(Este período) tem sido horrível, um pesadelo, e, ao mesmo tempo, tive tempo de ficar em casa, que nunca tive, pude fazer coisas em casa que nunca fiz antes. Mas, sou um músico, e a Cheap Trick faz mais turnês do que qualquer outra banda, então, quando você para dói. Fizemos este disco há dois anos, antes da pandemia, e não vemos a hora de lançá-lo", contou o vocalista, Robin Zander.

O hiato, no entanto, deve ser quebrado no próximo mês, quando eles entrarão em turnê na Austrália para apresentar o novo álbum, que conta com produção de Julian Raymond.

Com uma sonoridade enérgica, In Another World evoca uma euforia reprimida por conta da pandemia. Canções como Light up the Fire, Boys & Girls & Rock n Roll e The Summer Looks Good on You soam como trilhas sonoras de momentos compartilhados, dos mistérios que os encontros e o acaso carregam. Com 13 faixas, o disco conta ainda com uma versão de Gimme Some Truth, de John Lennon.

"O disco reflete a atmosfera política e social dos EUA nos últimos quatro anos. Acho que, inconscientemente, escrevemos como um reflexo daquilo (do governo Trump) e, coincidentemente, se encaixa no contexto da covid. Escrevemos para tentar colocar um sorriso no rosto das pessoas, que é o que o Cheap Trick tenta fazer. Somos uma banda positiva", reflete o cantor.

De fato, ainda que não tenham sido escritas com essa intenção, as canções de In Another World acabam gerando uma nostalgia pelo tempo sem coronavírus, ao mesmo tempo em que não tem um caráter melancólico. Talvez, sejam melhor entendidas como o som de um (esperançoso) futuro próximo.

Por falar no porvir, o vocalista do Cheap Trick torce para que o Brasil possa superar em breve a pandemia, pois a banda quer voltar a tocar no País (a última vez que esteve aqui foi em 2017). Entre as lembranças de Robin do país está a de um povo receptivo e enérgico.

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