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Morre José Oliveira Rocha, o Zé da Macuca, aos 67 anos

Fundador do Boi da Macuca, ele deixa contribuições importantes para a cultura pernambucana

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Márcio Bastos

Publicado em 21/05/2021 às 11:42 | Atualizado em 21/05/2021 às 16:25
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Faleceu, nesta sexta-feira (21), aos 67 anos, o geólogo José Oliveira Rocha, conhecido como Zé da Macuca, segundo informações publicadas nas redes sociais da Macuca. Fundador do Boi da Macuca, ele transformou o espaço localizado em Correntes, no Agreste pernambucano em um polo cultural que anualmente movimentada a região com apresentações artísticas.

Zé estava internado desde a última segunda-feira (17), no Hospital Santa Joana, no Recife, apresentando problemas no coração. Na unidade de saúde, seu quadro teve uma piora na terça-feira, quando foi transferido para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Nesta sexta-feira (21), à 0h47, o geólogo e produtor cultural faleceu por insuficiência respiratória.

Em um texto escrito por seu filho, Rudá, e publicado nas redes da Macuca, o legado de Zé é celebrado e sua alegria e capacidade de mobilização, exaltadas. "Zé deixou um legado cultural vivo! O Boi e a Macuca transpassam gerações e continuarão a missão iniciada por ele. Missão esta que não tem fim. Era este o desejo e era este o tom de muitas conversas nos últimos tempos. A Fazenda também permanecerá sendo uma fortaleza cultural pulsante."


A Fazenda Macuca, que pertenceu aos pais de Zé, José da Rocha Sobrinho e Otacília Oliveira Rocha, sedia desde 1989 o Boi da Macuca, que ao longo das décadas se tornou um símbolo de resistência e divulgação da cultura pernambucana, nordestina e brasileira. A fundação do projeto aconteceu em 18 de fevereiro, dia do aniversário de José Oliveira Rocha.

Entre as atividades que ali aconteciam (até a eclosão da pandemia do novo coronavírus) estão o São João da Macuca e o Festival Macuca das Artes. Além das festas no sítio, há ainda no calendário da agremiação o Baile da Macuca, prévia de Carnaval em Olinda, e o Forró da Macuca, prévia de São João, também em Olinda.

Segundo Rudá Rocha, as atividades da Macuca continuarão, inclusive como uma forma de homenagear seu pai.

"Meu pai se tornou um símbolo. Além do boi, da fazenda, o Capitão é a primeira coisa que você pensa quando lembra da Macuca. Ele era uma pessoa que conquistava muitos amigos, viajou muito, morou em muitas cidades do país por conta de seu trabalho como geólogo e, depois, com as atividades na cultura, ultrapassou os laços das amizades íntimas e se tornou figura pública. Esse legado permanece", afirmou.

 

Lamento

Nas redes sociais, amigos e admiradores de Zé, como Karina Buhr, Irandhir Santos, a Banda de Pau e Corda, PC Silva, entre outros, manifestaram sua tristeza pelo falecimento do pernambucano e manifestaram sua admiração por ele.

Por meio de nota, a Secretaria de Cultura de Pernambuco e a Fundarpe lamentaram a morte de Zé da Macuca. "Nosso parceiro no Festival de Inverno de Garanhuns, Zé era um defensor incansável da nossa cultura. Ele expandiu as festividades do Boi da Macuca e transformou-o numa das mais importantes e respeitadas entidades culturais de Pernambuco. Vou sempre me lembrar da sua alegria e seu sorriso largo à frente dos cortejos, que ele tão bem conduziu por anos", disse o presidente da Fundarpe, Marcelo Canuto.

"Zé da Macuca construiu um legado importantíssimo para a cultura pernambucana. Do Carnaval ao São João, do frevo ao forró, ele nos revelou o verdadeiro sentido das festas populares: estar junto ao povo, celebrar junto ao povo", ressaltou Gilberto Freyre Neto, secretário estadual de Cultura.

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