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Quinze anos após morte de Bussunda, trajetória do humorista vira série documental

Com quatro episódios, 'Meu Amigo Bussunda' detalha a vida do comediante com amor e humor

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Robson Gomes

Publicado em 18/06/2021 às 19:26 | Atualizado em 18/06/2021 às 19:32
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Há 15 anos, no dia 17 de junho de 2006, uma triste notícia deixava o Brasil com um pouco menos de graça. Em plena Copa do Mundo da Alemanha, morria o humorista Cláudio Besserman Viana, conhecido artisticamente pelo seu apelido de infância: Bussunda. O artista e eterno integrante do Casseta & Planeta, Urgente — um humorístico de sucesso na TV Globo entre 1992 a 2010 — acaba de ganhar uma série documental sobre sua vida e obra na plataforma Globoplay intitulado Meu Amigo Bussunda.

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Apresentado em quatro episódios, a produção tem direção geral de Claudio Manoel, amigo e parceiro de Casseta & Planeta, que assina a direção e roteiro dos três primeiros capítulos junto com Micael Langer. Já o último episódio é dirigido por Júlia Besserman, filha de Bussunda, que perdeu o pai quando tinha 12 anos.

Ao Jornal do Commercio, Claudio Manoel contou como foi a experiência de trazer o seu olhar como testemunha para a série. "A diferença, para mim, dos outros trabalhos que fiz no ramo documental, foi o de entrar na narrativa. Os outros que fiz, sempre fui invisível, nem minha voz entrava, pois achava que quem tinha contar a história eram as pessoas que eram testemunhas dela. E eu tinha que contar a história através delas. Desta vez, além de ser uma testemunha, eu tinha muita proximidade e conhecimento das diversas histórias", conta o diretor.

A divisão dos episódios de Meu Amigo Bussunda é bem linear. O primeiro episódio compreende o período entre 1962 e 1989 mostra a infância, adolescência e juventude do humorista e a origem do famoso apelido — o papo é bem divertido, inclusive, sem censura. O segundo capítulo contempla de 1989 até 1998, desde sua entrada na Globo até o sucesso do Casseta & Planeta. O terceiro, vai de 1998 até 2006, na cobertura da Copa do Mundo na Alemanha. O último capítulo faz uma análise sobre a filosofia de vida seguida por Bussunda, bem como o legado que ele deixou para a nova geração de humoristas.

EMOÇÃO

Muito emocionada, a diretora Júlia Besserman contou ao JC como foi dar vida à esta série documental sobre seu pai: "Eu encarei isto, primeiro, como uma coisa profissional. Eu topei fazer o projeto, então, eu tinha que reassistir o trabalho do meu pai, alguns vídeos caseiros, etc. E consegui pensar nisso como uma profissional mesmo: 'O que é interessante sobre a pessoa Bussunda?' E não só sobre o meu pai. Mas quando eu realmente vi as primeiras vezes é sempre doloroso. Depois fica 'ok', porque vem as lembranças boas".

Num clima tão descontraído quanto o próprio documentado, a obra aproxima facilmente o espectador. "A narrativa em primeira pessoa passou a ser o DNA da série, mas não há apenas uma primeira pessoa. Há algumas. Várias pessoas falam: 'Meu amigo Bussunda'. Há apenas uma mudança para o episódio que a Júlia dirige, que é 'Meu pai Bussunda', mas todo mundo entra ali na onda dessa jornada afetiva, sem a menor dúvida", explicou Claudio Manoel.

Além de amigos e parentes, os depoimentos da série vem de vários artistas como Vera Fischer, Maria Paula, Zico, Débora Bloch, Fábio Porchat e Danilo Gentili.

"Acho que quem assistir à série vai se apaixonar pelo ser humano que ele era, encantador, justo, equilibrado, sarcástico, companheiro. Aquele tipo de pessoa que só desperta lembranças boas em quem teve o privilégio de ter convivido ao seu lado e que deixa muita saudade", destacou o diretor Micael Langer.

Para Júlia Besserman, Meu Amigo Bussunda ainda pode agregar valor a quem assistir. "O jeito que ele alcançou a felicidade dele é um jeito que todos nós brasileiros podemos aprender um pouquinho com isso e tentar alcançar o nosso nirvana através do zen-bussundismo", declarou.

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