Flávio Brayner lança livro com artigos publicados no Jornal do Commercio
Textos do professor e filósofo abordam temas variados, como política, cultura, comportamento e História
Os jornais ocupam há mais de um século um espaço crucial na publicação de informações e, também, no fomento do debate intelectual a partir de seções voltadas para a opinião, com a publicação de artigos, colunas, cartas e editoriais, para citar alguns. Essa tradição mantém-se pulsante no Jornal do Commercio, que tem como um de seus colaboradores semanais o professor e filósofo Flávio Brayner. Algumas de suas reflexões publicadas ao longo dos últimos anos nas páginas deste diário estão agora reunidas no livro A Arte de se Tornar Ignorante (Cepe Editora, 288 páginas, R$ 40, impresso, e R$ 16, e-book), cujo lançamento acontece dia 1º de julho, às 19h30, no canal da Cepe no YouTube.
Paraibano, Flávio Henrique Albert Brayner é professor aposentado do Departamento de Fundamentos Sócio-Filosóficos da Educação da Universidade Federal de Pernambuco e em março deste ano, recebeu o título de Cidadão Pernambucano, concedido pela Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco. Formado em história pela UFPE, é autor de diversos livros na área de educação.
Esta coletânea é a terceira publicada por Brayner com o recorte específico em textos veiculados no Jornal do Commercio (a primeira foi Nós que amávamos tanto a libertação, de 2011, e a segunda, O céu dos oblíquos, de 2017) e tem como recorte temporal artigos escritos entre 2016 e 2019. Ao todo, são 125 textos que discutem os mais variados assuntos, da política à educação, passando pela cultura e o comportamento, sempre com um olhar aguçado para as especificidades do momento histórico atual, sem ignorar as estruturas que propiciaram a construção dessa conjuntura.
Para o autor, que desenvolveu a maior parte de sua trajetória na esfera acadêmica, poder escrever em um veículo de comunicação de grande circulação, que alcança milhares de pessoas diariamente, é uma forma de desencastelar o conhecimento e fomentar o debate em nível mais amplo.
"Desde o Iluminismo, na França, os jornais já eram espaços importantes para o debate a tranformação social. Essa tradição se manteve forte até meados do século 20 e temos exemplos de vários intelectuais que utilizaram as páginas dos jornais para discutir e defender suas ideias políticas e estéticas, como Jean-Paul Sartre, na França, e Ariano Suassuna, em Pernambuco. Os trabalhos científicos, em geral, costumam ficar muito restritos aos membros da Academia. Já quando publico no JC, recebo respostas de públicos distintos, de locais variados. Até de São Petersburgo, na Rússia, já recebi mensagens", conta.
Os textos do livro são divididos pelos seguintes eixos temáticos: Os outros, A arte de se tornar ignorante, Universitas, O tempora, o mores!, Política & História e O que fizeram de mim. Comentários sobre política, cultura e educação - e figuras de destaque destas áreas -, de temas que vão de desmontes de políticas públicas ao Carnaval e futebol, além de reflexões sobre assuntos que dominavam os noticiários à época em que os textos foram escritos, ajudam a tecer um complexo mosaico de uma época. Mas, longe de registros históricos estanques, os artigos se mostram extremamente atuais, com leveza e sem perder a profundidade.
Na live de lançamento, o autor conversa com o professor Lourival Holanda e o ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Anísio Brasileiro, ambos responsáveis por textos de apresentação do livro. Além deles, o jornalista Laurindo Ferreira, diretor de redação do Jornal do Commercio, também prefacia a obra.
"O pensar, o livre pensar, o homem, as sias angústias, construções, desconstruções, frustrações, dores, amores, a felicidade, o belo, a História, sempre estiveram presentes nos artigos de Flávio. Necessários e atuais, há, por vezes, um claro encontro entre os seus temas e a agenda diária do jornalismo", escreve Laurindo.