Cultura
Lia Letícia abre exposição de tema decolonial no Mercado Eufrásio Barbosa
'Ascensão' reúne três obras, entre fotografia videoperformance e escultura
Cadastrado por
Márcio Bastos
Publicado em 20/07/2021 às 19:55
| Atualizado em 20/07/2021 às 20:48
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Em sua nova exposição indivisual, intitulada Ascensão, a artista gaúcha radicada em Pernambuco Lia Letícia coloca em evidências as estruturas sobre as quais foi construída a sociedade brasileira desde a colonização e cujas reverberações ainda pautam as dinâmicas sociopolíticas e econômicas. O trabalho abre para visitação presencial hoje no Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, e foi selecionado através de um edital.
A exposição reúne três trabalhos da em diferentes linguagens, produzidos em momentos diferentes, que dialogam entre si: Ascensão, que dá nome à exposição, é uma série composta por cinco fotografias, registradas por Rennan Peixe; Esta Terra tem Dono, uma escultura de cerâmica e alumínio (que contou com o auxílio de Clélio Freitas na fundição do metal); e a vídeoperformance Queda, montada por Letícia Barros.
"Esses trabalhos têm um elemento em comum, que é o fogo, e como ele transmuta as matérias em questão. Esses trabalhos - e a minha pesquisa de uma maneira mais ampla -, discutem questões de hierarquização social, de poder. Em alguns trabalhos, por exemplo, penso em alguns demarcadores de classe, como um lustre de cristal e um jogo de louças, e manipulo esses códigos a partir de um ato bem artesanal, que é o de derreter uma vela. Estas obras acabam ganhando um caráter atemporal, como se eu pulasse para o futuro e achasse esses objetos no meio da cera, mudando a chave da arqueologia enquanto movimento científico muito europeu", reflete a artista.
A exposição, que conta com texto de Ariana Nuala e montagem de Gustavo Albuquerque e Mariana Melo, fica em exibição de terça a domingo, das 9h às 17h, até 21 de outubro. O número de visitantes por vez é limitado para respeitar os protocolos de prevenção à covid-19.
