Cinema

'O Poderoso Chefinho 2 - Negócios da Família' oferece diversão sem criatividade

Sequência do sucesso de animação estreia nesta quinta-feira (12), no Brasil

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Cadastrado por

Márcio Bastos

Publicado em 11/08/2021 às 21:29 | Atualizado em 11/08/2021 às 21:30
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Filmes de animação são portas de entrada para as crianças no universo cinematográfico. Com gráficos chamativos, histórias divertidas e com alguma mensagem edificante, são instrumentos de diversão e aprendizado que podem, como já provaram muitas produções, ser verdadeiras obras de arte, voltadas não só para os pequenos, mas também para os pais. No caso de O Poderoso Chefinho 2: Negócios da Família, filme que estreia nesta quinta-feira, 12 de agosto, há pouco espaço para abstrações e o foco é em cenas ágeis, cheias de cores e ação, com foco em crianças até os dez anos.

Nesta sequência do sucesso de 2017, lançado pela DreamWorks, indicado ao Oscar de Melhor Animação e que arrecadou mais de meio bilhão de dólares de bilheteria ao redor do mundo, os irmãos Tim e Ted retornam como adultos. Tim mantém suas características de criança e torna-se um pai amoroso e criativo, que cuida das suas duas filhas, Thabita e a bebê Tina, enquanto sua esposa trabalha fora.

Ted, que quando bebê era o poderoso chefinho do título, também não fugiu às características de seus primeiros anos: um profissional bem-sucedido, ele vive para o trabalho e é o grande ídolo de sua sobrinha Thabita, que, no entanto, pouco o vê, pois ele está sempre trabalhando e há anos não participa dos eventos em família.

Matriculada em uma escola de ensino de ponta, Thabita se mostra cada vez mais reticente às brincadeiras do pai, que busca estimular as filhas a aproveitarem a infância e usarem a imaginação, como ele sempre fez. Triste com o afastamento da filha, Tim se surpreende, um dia, quando sua caçula revela ser também uma poderosa chefinha, ou seja, um bebê falante com habilidades especiais, capaz de operar planos para salvar o mundo.

E é isto que eles precisam fazer quando descobrem que a misteriosa escola onde Thabita estuda, administrada pelo Dr. Edwin Armstrong, tem um plano que pretende fazer as crianças amadurecerem mais rapidamente, deixando para trás brincadeiras e o lado lúdico da infância, e afastando-as dos pais. Reunidos novamente, Tim e Ted, adultos, precisam voltar a ser crianças e, para isso, tomam uma poção especial preparada pela Baby Corp. Com a ajuda de Tina, eles se infiltram na instituição e precisam trabalhar juntos, superando as diferenças e o afastamento de anos.

Na escola, eles precisam colocar suas habilidades em uso para executar o plano: Ted e sua inteligência acima da média logo se aproxima do Dr. Armstrong e descobre que seu plano é ainda mais maligno do que se sabia inicialmente. Enquanto faz o trabalho duplo de colher informações e sabotar as ideias do vilão, ele precisa lidar com os dilemas de Tim, que se aproxima da filha Thabita usando o nome falso de Marcos. Ele tenta incentivar a menina a acreditar no seu potencial e se permitir viver como uma criança, para além da obsessão com notas e de amadurecer antes do tempo.

PÚBLICO-ALVO

Ao contrário de filmes como Croods, Viva — A Vida é uma Festa, e outros tantos trabalhos recentes de animação para crianças que colocam as relações familiares como o centro da narrativa, O Poderoso Chefinho 2 abre mão de sutilezas em nome de cenas frenéticas de ação. Há alguns momentos em que os sentimentos ganham protagonismo, tanto na relação entre pai e filha quanto no que diz respeito à situação dos irmãos, mas em geral, a sutileza passa longe.

Diferente, também, desses filmes, o humor é extremamente visual, caricato e infantil, com pouca preocupação com o entretenimento, também, dos pais. O filme tem seu público e não tenta fugir dele. É um bom entretenimento para crianças muito pequenas e deve agradar aqueles que, além do primeiro filme, também acompanharam a série que foi exibida na Netflix. No geral, é um longa que não se equipara à inventividade e sensibilidade de produções recentes do gênero, mas que cumpre a função de entreter.

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