Morre a atriz e produtora Socorro Rapôso, aos 90 anos
Artista foi a primeira intérprete da Compadecida no clássico texto de Ariano Suassuna
Faleceu a atriz e produtora cultural Socorro Rapôso, na segunda-feira (23), aos 90 anos. A paraibana adotou Pernambuco como lar e fez história nas artes cênicas locais, tanto como intérprete quanto como fomentadora da cena pernambucana. Entre os marcos de sua carreira está o fato de ter sido a primeira atriz a viver a Compadecida na peça Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, na célebre montagem do Teatro Adolescente do Recife, dirigida por Clênio Wanderley, em 1956.
Socorro voltaria a interpretar a figura católica na montagem da Dramart Produções, que ficou impressionantes 20 anos em cartaz, com direção de Marco Camarotti (1947-2004). Sobre ela, Ariano Suassuna afirmou que era sua "eterna Compadecida". Como atriz, também participou de montagens como Batalha dos Guararapes e A Paixão de Cristo, com direção de José Pimentel.
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A paraibana também manteve por anos o espaço Inácia Rapôso Meira, na Rua da Glória, no bairro da Boa Vista, responsável pelo ensino de atividades ligadas às artes cênicas. O local ajudou a formar muitos artistas locais, inclusive alguns integrantes do Grupo Magiluth, coletivo que, em 2020, reformou o local para sediar suas atividades e outros eventos culturais.
Segundo informações do G1, Socorro também era formada em odontologia pela Universidade Federal de Pernambuco e em 2004 recebeu o título de cidadã pernambucana da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O enterro está marcado para as 14h desta terça-feira (24), no Cemitério de Santo Amaro, no Recife.
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Por meio de nota, o secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, e o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, José Manoel Sobrinho, lamentaram a morte da artista. "Socorro Raposo foi uma unanimidade pela grandeza de seu coração. Mulher, militante do teatro e da odontologia, produtora cultural e atriz. Incansável em todos os papéis. Primeira intérprete de A Compadecida, fez do Auto a sua obra prima do coração. Nestes últimos 50 anos, esteve presente na história do teatro de Pernambuco. Levou nosso teatro, o do Nordeste, para todas as regiões do Brasil. Um símbolo para todas e todos da arte e da cultura. Uma mulher dedicada ao Recife, ela transbordava de amor por sua cidade. Obrigado, amada Socorro Raposo. Muito obrigado por tanto”, declarou José Manoel Sobrinho.