Derlon apresenta nova exposição, 'Boa Viagem', na Galeria Amparo 60
Artista visual promove instalação e apresenta objetos no projeto
Derlon volta a expor na Amparo 60 após apresentar A Beleza do Tempo em 2019. O artista visual pernambucano é o nome mais recente a integrar o Mirada, projeto em parceira com a SpotArt que promove a ocupação do espaço de entrada da galeria. Lá, nesta quinta-feira, 2 de setembro, ele apresenta Boa Viagem, exposição que articula temas caros à sua obra, como a relação com o mar e a memória, através de uma instalação e de objetos.
Ao ser convidado para pensar a exposição, Derlon disse ter se sentido instigado a pensar formas diferentes de aproveitar o espaço. Mais do que apresentar os quadros pendurados na parede, ele queria criar outra relação com o ambiente, convidando o visitante a imergir na proposta do trabalho. Assim, optou por uma instalação, com intervenções em todas as paredes.
"O espaço é pequeno, mas o impacto visual é grande. Queria que a pessoa que entrasse se sentisse envolvida pela obra. Essa foi a proposta de montagem, enquanto a temática do mar é uma vertente fortíssima desde o início do meu trabalho", explica. "A ideia é que lembre o fundo do mar: aonde quer que você olhe, tem horizonte. É como se a pessoa estivesse no mar e não na areia. Por isso pensei esses elementos — como a sereia —, tendo como referência, também, os pescadores."
Esse universo particular evoca vários elementos próprios da trajetória de Derlon. O título da exposição pode ser associado ao bairro onde a galeria está localizada, que mantém uma relação forte com a praia, e também ao vai-e-vem dos trabalhadores do mar em suas empreitadas atrás dos peixes, proventos de suas famílias. O artista, que há alguns anos vive em São Paulo, lembra que a praia aciona memórias de sua infância e que a própria nostalgia é um elemento fundante de sua produção.
"Minha produção começou na rua, nos muros, com a grafitagem, e eu quis trazer isso com a instalação. O uso do preto e branco nas obras também diz respeito à ideia de nostalgia que estão associadas a essas cores. Ao mesmo tempo, queria também trazer o novo, minhas experimentações, e daí vem também o trabalho com os objetos, como o barquinho e a moringa. Gosto muito de estudar os objetos, tomar um tempo para saber qual a melhor forma de ocupá-los [com minha arte]. É um processo de maturação", explica.
Além da instalação e dos objetos expostos, Derlon também produziu uma serigrafia exclusiva para a exposição, cujas reproduções limitadas estarão à venda.