Instituto Ricardo Brennand sedia a Conferência Anual do Comitê Internacional de Colecionismo 2021
Evento tem início nesta terça-feira (21) e segue até o sábado (25) em formato híbrido
O Instituto Ricardo Brennand recebe de 21 a 25 de setembro a Conferência Anual do Comitê Internacional de Colecionismo. O evento teve suas últimas edições realizadas na Rússia e no Japão e será realizado de forma híbrida, com palestras presenciais no equipamento cultural, localizado na Várzea, e online. A abertura ficará a cargo de Ailton Krenak, que fará uma conferência remota.
O ambientalista, poeta, escritor e professor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora é uma das maiores lideranças indígenas do Brasil e apresenta no encontro falas sobre uma visão decolonial da história e da arte.
A abertura (em formato híbrido), das 9h às 12h, será prestigiada pela presidente Danielle Kuijten, da COMCOL que da Holanda saudará os participantes, e por Renata Motta, presidente do ICOM/BR que já se encontra em nossa capital. Dona Graça Brennand, Nara Galvão, diretora do Instituto, e Hugo Meneses (UFPE) também estarão presentes.
"O instituto fundado por Ricardo Brennand, em seu sentido embrionário, nasce com o intuito de celebrar o colecionismo. Então, trazer este evento pouco mais de um ano após seu falecimento, é também uma homenagem. Doutor Ricardo ficaria muito feliz em estarmos sediando a conferência, que também mostra a força do Recife no cenário internacional, indo além do tradicional eixo do Sul e Sudeste", reforça Nara Galvão.
Na quarta-feira (24), o conferencista do dia é Dom Thompson, do Canadá, que tratará do tema "Coleções Privadas no Futuro". Ele escreve sobre mercado de arte para The Times e Harpers Bazaar Art. O professor Antonio Motta, fundador do Curso de Bacharelado em Museologia na Universidade Federal de Pernambuco, falará sobre "Emoções em Coletar Coleções", na quinta-feira (23).
Outro destaque da programação é Jette Sandahl, curadora dinamarquesa, diretora de museu e executiva de negócios, diretora fundadora do Museu da Mulher da Dinamarca, atuou no Museu da Cultura Mundial em Gotemburgo, na Suécia e recentemente dirigiu o Museu de Copenhague. Eça palestrará sobre "Polifonia e o Futuro das Coleções", na sexta (24). O brasileiro Bruno Brulon, bacharel em Museologia e em História e presidente do Comitê Internacional de Museologia – ICOFOM estará presencialmente, no sábado (25), para debater "Descolonização como uma Prática".
As inscrições para as ações presenciais já foram encerradas, mas ainda é possível participar das atividades online.
RARIDADES
Apontado por mais de uma vez como o melhor museu da América do Sul pelo site TripAdvison, o Instituto Ricardo Brennand nasceu da paixão do empresário Ricardo Brennand pelo colecionismo, que teve início ainda na infância, quando ganhou um singelo canivete do pai, a qual hoje se transformou e uma grandiosa coleção de Armas Brancas, tida como uma das mais completas do mundo por parte de um colecionador particular, incluindo peças medievais que revelam a sutileza das artes nas guerras.
O complexo cultural sedia ainda um vasto acervo sobre o Brasil holandês, que ocupa o ano inteiro sua pinacoteca. A coleção é composta por documentos e objetos desde o governo de Maurício de Nassau. Há imagens do pintor Frans Post, pioneiro no registro das paisagens em terras da América, e de artistas brasileiros e estrangeiros que chegaram ao país após a abertura dos portos, em 1808, como Carlos Julião, Emil Bauch, Johan Moritz, Jean Debret, Émile Taunay, Eliseu Visconti, que registraram a paisagem brasileira.
O instituto conta ainda com tapeçarias datados de 1753 e obras de artistas pernambucanos como Francisco Brennand, Tereza Costa Rêgo, Reynaldo Fonseca e Aloísio Magalhães, entre outros. Nos jardins, ao ar livre, há uma mostra permanente de obras de arte, incluindo uma das cinco réplicas no mundo e a única da América Latina da estátua de David de Michelangelo e esculturas do colombiano Botero como a A Dama e o Cavalo.