Música

Silva celebra 10 anos de carreira com álbum comemorativo: 'Penso em música pra ficar depois que eu morrer'

Cantor capixaba lança 'De Lá Até Aqui', gravado em sua nova casa, e analisa trajetória em entrevista ao JC

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Robson Gomes

Publicado em 30/09/2021 às 14:00
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Cantor, compositor, músico multi-instrumentista e - acreditem! - um exímio pedreiro. Assim é o capixaba Lúcio Silva de Souza, que adotou seu segundo nome como artístico e ganhou o público há exatos dez anos ao lançar, de maneira despretensiosa, o seu primeiro EP, em outubro de 2011.

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Hoje, aos 33 anos, o artista celebra sua primeira década de carreira colecionando vitórias, um público apaixonado, trabalhos elogiados e, acima de tudo, boa música. Para marcar a efeméride, Silva lançará nas plataformas digitais nesta sexta-feira (1º/10) o álbum visual De Lá Até Aqui, onde resgata algumas canções destes dez anos em novos arranjos, e gravados na casa que ele construiu, junto com o irmão Lucas, na região serrana do Espírito Santo. E sobre este momento especial, ele conversou com o Jornal do Commercio. Confira.

ENTREVISTA // SILVA

JORNAL DO COMMERCIO - Silva, você fala que no começo queria apenas lançar um EP na internet naquele simbólico 4 de outubro de 2011. Você imaginava estar onde está dez anos depois?
SILVA - Não imaginava. E não que eu não quisesse, mas não conseguia nem imaginar como seria. Comecei do zero, meus pais não são ricos nem famosos e meu primeiro álbum foi gravado literalmente dentro do meu quarto. O que eu tinha mesmo era muito amor pela música. Foi ela que me trouxe até aqui.

JC - Você também comenta que sua vida foi virada do avesso com gravadoras, convites para festivais e vários shows. Há algum arrependimento, no ponto de vista artístico, nesta sua primeira década de carreira?
SILVA - Arrependimentos vários, mas hoje me esforço pra transformá-los em aprendizado. Sou muito autocrítico e acho que é isso que me faz evoluir. Mas olho com muito carinho para tudo que já fiz porque sei que fui 100% sincero ali naquele momento.

JC - Nestes dez anos, você conta que ressignificou a sua forma de fazer música. Diante desse boom das plataformas digitais, qual foi o seu maior aprendizado a respeito desse atual mercado musical?
SILVA - Aprendi que eu não preciso jogar o jogo do mercado para que minha música exista e chegue até as pessoas, mas posso ser inteligente o bastante para me utilizar das ferramentas certas sem perder minha autonomia artística. Penso em música pra ficar depois que eu morrer. Talvez essa seja a única coisa que eu tenha pra deixar e não quero que minha música tenha sabor de algo que a validade acaba em três meses.

JC - De Lá Até Aqui chega para celebrar com o seu público esta primeira década de carreira. Em que momento você decidiu usar sua nova residência para conceber o álbum?
SILVA - Eu e meu irmão fizemos essa casa para que a gente pudesse compor, ficar com a família e nossos amigos por perto. Quando nos demos conta de que em outubro faríamos dez anos de carreira, decidimos que era ali mesmo que deveríamos gravar. Um lugar que conquistamos com a nossa música e que seria o melhor cenário pra esse projeto.

JC - Revisitar sucessos desta trajetória e trazer novos arranjos foi uma tarefa fácil para você?
SILVA - Difícil foi escolher qual música entraria e ter que deixar tantas outras de fora, mas revisitar essas canções foi uma delícia. Fiquei emocionado em vários momentos porque nossas músicas são quase um diário da minha vida.

JC - Estamos em processo de retomada de eventos no País, em meio a um 'novo normal'. O De Lá Até Aqui será levado para a estrada ou se trata de um projeto pontual?
SILVA - Diferente dos outros álbuns, esse não foi feito pensando numa turnê, devido ao momento em que estamos. Mas quem sabe? Pode ser que aconteça uma turnê pequena dele.

JC - O que o artista Silva de 2021 diria para o Silva de 2011 sobre a sua trajetória?
SILVA - Diria algo assim: "Você não faz ideia de como esse mundo dá voltas! E não ligue para quem não acredita em você".

JC - Com tudo o que você já conquistou De Lá Até Aqui, o que você vislumbra, pessoal e profissionalmente, para o teu futuro? Ou seja, De Aqui Até Lá?
SILVA - Espero que no meu futuro a música ainda seja a coisa mais importante da minha vida e que eu consiga driblar todas as exigências e padrões de mercado sendo quem eu sou: Silva.

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