Animação 'Ainbo - A Guerreira da Amazônia' diverte e conscientiza
Longa infantil estreia nesta quinta-feira (30), com protagonista sul-americana
Estreia nesta quinta-feira (30) em 450 salas de cinemas de todo o Brasil a animação infantil Ainbo - A Guerreira da Amazônia. O filme, uma coprodução do Peru, Holanda e Estados Unidos, coloca em evidência temas importantes, como a preservação ambiental e o respeito aos povos originários, além de oferecer uma trama dinâmica de amadurecimento, enfatizando o protagonismo feminino.
A jovem Ainbo vive em Candamo, uma comunidade isolada no coração da Amazônia. Sem muitas informações sobre o seu passado, ela tenta constantemente provar sua bravura e habilidades como caçadora, o que, no entanto, não se concretiza, para sua frustração. Um dia, após uma dessas empreitadas no coração da floresta, ela conhece o tatu Dillo e a anta Vaca, dois espíritos protetores.
Eles aparecem para ajudá-la em uma difícil missão que terá que enfrentar para salvar sua aldeia, que vem sofrendo com o adoecimento dos animais e da população, problema atribuído a uma maldição do espírito maligno Yakuruna. Ainbo se lança na perigosa empreitada também para ajudar Zumi, sua melhor amiga, que assume o trono da tribo após a morte do pai e precisa lidar com a crise instaurada pelo adoecimento geral e por tentativas de certos indivíduos de usurpar o poder.
Entre os perigos espirituais, há ainda a ameaça concreta da presença do homem branco, interessado em explorar a região sem qualquer preocupação com o bioma e as consequências do desmatamento. Qualquer semelhança com o Brasil atual não é mera coincidência, apesar do filme não ser ambientado no País (a floresta amazônica atravessa nove nações).
As boas cenas de ação e personagens cativantes criam um ambiente que deve agradar não só as crianças, mas também os pais por, além de divertir, inserir lições necessárias. Ainbo é uma jovem determinada, porém que se sente deslocada no mundo. Durante sua missão, ela passa a conhecer mais sobre seu povo, a floresta e também sobre si. A jornada de amadurecimento, com o auxílio de dois animais carismáticos, lembra muito a de O Rei Leão, mas, apesar dessas semelhanças, Ainbo - A Guerreira da Amazônia, consegue imprimir sua própria personalidade.
O longa também reforça o potencial e a importância de apresentar histórias fora da dinâmica eurocêntrica, valorizando a pluralidade das culturas historicamente marginalizadas.