13ª EDIÇÃO

Bienal do Livro de Pernambuco movimenta cerca de R$ 12 milhões

Evento literário mostra a força da leitura quando incentivada e também da literatura enquanto mercado da economia

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Romero Rafael

Publicado em 12/10/2021 às 20:14 | Atualizado em 12/10/2021 às 20:17
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Primeiro grande evento presencial depois da pandemia, a 13ª edição da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, que chega ao fim nesta terça-feira (12), gerou negócios e vendas no mercado nacional dos eventos de literatura, que têm por objetivo ser uma ponte de troca entre a cadeia criativa e os leitores. Nos 12 dias de programação, foram gerados R$ 12 milhões em negócios. No total de visitantes, cerca de 350 mil pessoas passaram pelo evento híbrido - ou seja, estiveram virtualmente ou presencialmente.

Desta edição participaram 89 livrarias e editoras, espalhadas em 320 estandes, distribuídos em 9 mil m² do pavilhão interno do Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Foram realizadas 20 oficinas presenciais, mais de 60 lançamentos literários, 50 palestras presenciais e outras 30 virtuais, além de apresentações artísticas, totalizando 220 atividades.

"É um evento que agrega educação, cultura, cidadania e economia com uma programação muito extensa. A Bienal tem um vetor econômico de incremento e enriquecimento do mercado editorial no Brasil e também com outros países do mundo. Estamos animados com essa reativação econômica do universo da literatura", diz o produtor da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, Rogério Robalinho.

Vendas e negócios aumentaram

No estande da Livraria Leitura, as vendas dos livros superaram as expectativas, com 40% acima da edição anterior já no nono dia de evento. "Foi muito acima da nossa expectativa. A gente não esperava que fosse dar tanto público. Passamos em 40% o movimento financeiro em relação à última edição. Foi uma surpresa muito boa e estamos animados para a próxima Bienal”, disse a gerente da Livraria Leitura, Jéssica Gomes.

Um dos diferenciais desta edição foi a adoção dos preços baixos, para atrair o público. Com livros de diversos gêneros a partir de R$ 10, editoras e livrarias participantes adotaram descontos progressivos e preços especiais para recuperar o tempo perdido durante a pandemia da covid-19.

Segundo o empresário Jacob Berenstein, que é proprietário de cinco unidades da Livraria Imperatriz no Estado, a movimentação no estande da livraria na Bienal foi acima da registrada nas unidades da marca em seus pontos físicos. "Precisávamos ter algo atraente, por isso decidimos dar descontos de 20%. A venda está acima do que esperávamos por conta da pandemia. A organização trabalhou bem com as medidas de segurança e isso permite que o público compareça. Estamos vendendo mais que lojas que temos em shopping, a marca Bienal é muito forte e incrementa muito nas vendas”, afirmou.

Já no estande da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), a expectativa no último dia era de que o faturamento fosse ao menos igual ao da última edição presencial da Bienal, em 2019.

De acordo com Ednilson Câmara, sócio da livraria itinerante Palavra Encantada, o evento superou as expectativas e a livraria já irá se articular para participar da próxima edição. “Sou iniciante como expositor, mas já estou reservando minha vaga para 2023. O que ficou muito evidente é que as grandes hesitaram em vir, mas quem veio fez bons negócios”, contou.

O sócio da Saber Publicações Carlos Cazzamatta veio de São Paulo para a Bienal do Livro de Pernambuco pela terceira vez e destacou que essa foi a melhor edição de que participou. "Para mim foi um ato de coragem encarar um processo como esse, mas não foi fácil, porém está sendo a melhor. Faltando quatro dias para acabar a feira já havia vendido mais do que na última edição. O que também contribuiu para a gente ter vindo foram os 100 anos de Paulo Freire, isso chamou de uma forma muito forte", destacou.

A Bienal

A escritora e poeta pernambucana Cida Pedrosa e o Patrono da Educação no Brasil, Paulo Freire, que teria completado 100 anos em 2021 se estivesse vivo, foram os homenageados da edição deste ano, que teve como tema "Só existe uma vacina contra a Ignorância. Leia". A curadoria do evento ficou a cargo do jornalista e crítico literário Schneider Carpeggiani. Além de Rogério Robalinho, estiveram à frente da produção da Bienal: Guilherme Robalinho e Sidney Nicéas.

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